Imagens

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Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

sábado, 13 de novembro de 2010

Anos perdidos (continuação)

De regresso à blogosfera, após uma ausência mais prolongada do que o que poderia prever à partida, e muito embora sentisse um desejo quase "sexual" de terminar a escrita em blog's, pelo menos com linhas de caracteres tão tétricos, mórbidos e lamentáveis caso a situação nacional, já não digo que melhorasse, mas que pelo menos não piorasse. Assim tristemente não aconteceu, e no que me sinto obrigado a escrever, com muita mágoa minha, diga-se, em papel branco tingido a delusão.
É idiota - no mau sentido da palavra - e ridículo que determinada intelligentsia portuguesa continue a acreditar que a salvação lusitana centra-se exclusivamente no aperto do cinto, quer por funcionários públicos, quer por trabalhadores do sector privado da economia, quando na realidade o que pode salvar o país da catástrofe chamada FMI, é tão pouco o deixarmos de ser o bom aluno na Europa. Temos sim, que ser um óptimo aluno para consumo interno, saneando as contas públicas, reduzindo o défice e a dívida externa, entre outras coisas necessárias e essenciais para o desenvolvimento sano do país, mas quando se fala na "escola europeia", aí é outra coisa. A Europa actualmente vive a situação mais vergonhosa desde a II Guerra Mundial, em que a Alemanha representa o papel perfeito do carrasco. A Sra. Merkel tem olhado para a "doença" europeia como se de um problema de paróquia se tratasse: deixou arrastar imensamente o problema grego até se tornar insuportável, tudo, veja-se, por causa de umas eleições regionais na Vestfália. Ora aí está, sigamos o exemplo de quem beneficiou com a II Grande Guerra e com esta Europa unida mas só para alguns, e estejamos sim, preocupados com as nossas lides internas, já que vendemos a preços de saldo há algum tempo a esta parte - à "Europa da Alemanha e da França" - as jóias da coroa: a agricultura, as pescas e o tecido empresarial; foda-se, pelo menos agora hajam egoístas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ANOS PERDIDOS

Acabou-se...
Se a governação nacional das contas públicas (autêntico desastre) e os investimentos privados na economia não passaram a barreira do medíocre; somando a tudo isto o desgoverno na atribuição e distribuição dos subsídios comunitários, que foram em muitos dos casos aplicados em investimentos pessoais fictícios, tais como, pseudo-vacarias, pseudo-pequenas empresas de diversa espécie e tipo, entre outros motivos: rede de auto-estradas incomensuráveis para um país que à escala mundial não passa de um pequeno "danoninho" - repare-se no exemplo norueguês das vias públicas -, as reformas pornográficas dos administradores públicos, a mentira desavergonhada da distribuição de lucros nas empresas privadas, o sofisma dos empresários nacionais quando afirmaram de que não era possível o aumento do salário mínimo nacional, etcetera. Só poderia gerar tal como na série cinematográfica "Alien" um monstro que nos consumirá de dentro para fora, numa espécie de santíssima trindade do mal estar económico-social: o défice orçamental, a dívida pública, a dívida externa, no que levou à falta de: seriedade - na altura de pagar os impostos -, lealdade - entre os portugueses afectando e de que maneira a coesão nacional -, gestos sororais - para com os mais necessitados -, e, como se não bastasse, órfãos de uma justiça capaz e à altura de um país que se diz e se quer europeu.
Só resta nas noites frias - que se aproximam - e sem ou com pouco dinheiro, a mão apontada à estante dos CD's e retirar de lá uma relíquia, pois que novas aquisições musicais serão difíceis, pelos menos nos próximos tempos.

PS: Continua...

domingo, 17 de outubro de 2010

Muitas têm sido as personalidades intervenientes nas diferentes "impressões digitais" da mão humana que têm colocado um ponto final da sua vida de forma trágica recorrendo ao suicídio, seja directamente através de, por exemplo, um tiro na boca, ou indirectamente pelo uso de substâncias estupefacientes, consumo excessivo de álcool ou múltiplos devaneios considerados pelos ordinários como extra-regras/normas previamente estabelecidas e dissociados de uma "saudável vivência".
Os exemplos são mais que muitos, e encontrámo-los na literatura, música, cinema, pintura, etcetera.
Importa questionar o porquê de acto tão irracional - assinar um fim antecipado à existência pessoal - , uma vez que bastará viver a vida aguardando que a natureza da mesma trate de o realizar.
A resposta à questão é tudo menos simples. Os motivos no universo suicida são subjectivos e alargados. Mas, há um em especial que se ilumina em muitos dos suicidas; logo à partida facilmente identifica-se como uma "lâmpada numa sala escura privada de luz natural", e que em muitas das vezes, se não é a responsável directa, é pelo menos o factor primordial para este acto, ou seja, o ser social sente-se desenquadrado com a ordem regente, afastado pelos demais, não se identificando com o seu tempo nem com os restantes "actores" do seu meio. Encontrando a fuga para esta situação por vezes num acto abrupto, ou num lento e doloroso caminho morrendo dia a dia, hora a hora, e mais cedo ou mais tarde culminando numa overdose ou cirrose hepática. "Ele" prefere morrer do que assistir à ignomínia que diáriamente lhe atravessa a retina e esmaga todos os seus ideais como um "elefante numa sala repleta de objectos em cristal".
Pergunto-me por vezes, se valerá a pena vivermos como autómatos, ou acabar de uma vez por todas com o sofrimento que os "outros" com as suas acções ou inacções nos provocam. A resposta uma vez mais é difícil, complexa e perigosa, cabendo a cada um encontrá-la. Seja qual for a sua natureza, pelo menos que o seja dentro dos limites da dignidade humana.
Como exemplo do conteúdo deste "post" recordo a "alma amargurada" (Layne Staley) dos Alice in Chains (banda norte-americana), deixando aqui uma "pequena" homenagem póstuma.

domingo, 10 de outubro de 2010

Muito breve ensaio sobre a infidelidade

Se há coisas na vida que nos magoam imenso, uma delas é claramente a infidelidade. E não falo apenas da infidelidade conjugal, mas de todo o tipo (profissional, política, etcetera). Mas se existe uma que nos magoa mais que todas, é evidentemente a infidelidade sofrida numa relação conjugal baseada à partida na confiança, lealdade, fidelidade e ajuda mútua - valores que hoje em dia cairam em desgraça - e foram lançados fora no saco do lixo da consciência, naquela pasta que já não abrimos há imenso tempo, e que de pó está a sua capa cheia.
Só que, como tudo na vida tem um reverso da medalha - a infidelidade não foge à regra - tendo variados reversos, entre eles: o fim de uma relação, mas, como ut homines sumus, há algo de belo na infidelidade, uma estética de belo do mal: a inconsciência - no caso de serem adultos -, bem aprazível, porque mais maduros. Quem "peca" em plena idade adulta, é muito mais do que inconsciente, um "dândi" e "adorável" indecente.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Náusea

Hoje é daqueles dias que por diversas razões o que mais me apetecia era estar longe, longe de tudo e todos. Por norma a solidão é o maior desespero dos homens, mas, há dias - poucos, mas há - em que é a nossa melhor companhia. O desejo de fugir, encontrar dentro de mim o meu oceano pacífico, e simplesmente ver a vida passar percorrendo as estradas (roads) do "eu".

domingo, 3 de outubro de 2010

Bendita sejas, cocaína, entre as drogas demais


A cocaína, benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzóico é um alcalóide usado como droga, derivada do arbusto Erythroxylum coca Lamarck, com efeitos anestésicos e cujo uso continuado, pode causar outros efeitos indejados como dependência, hipertensão arterial e distúrbios psiquiátricos.
Mas, ela não é o "ser hediondo" que muitos parecem querer classificar. Há, igualmente, como em tudo na vida, o reverso da medalha, e neste caso próprio, podemos ver a forma quase "mágica" como um dos grandes médicos e pensadores ocidentais (Sigmund Freud) a olhava.
Freud como um pesquisador da área médica, foi um dos primeiros utilizadores e proponentes da cocaína como um estimulante e analgésico. Famoso ficou o seu
artigo científico - e bem recebido pela crítica -, "On Coca", explicando as suas virtudes. Prescreveu-o, inclusive, ao seu amigo Ernst von Fleischl-Marxow para ajudá-lo a superar o vício da morfina que tinha adquirido ao tratar uma doença do sistema nervoso.
Por ventura, como em tudo na vida, as coisas são o que são, a mesma faca usada no talho para trinchar a carcaça do porco, servirá igualmente como uma arma branca num assassínio.
Nada é maligno ou perverso, o fim como as "coisas" são usadas é que definirá a natureza do epílogo de uma história.

sábado, 2 de outubro de 2010

Madame, eu sou libertino de profissão - Giacomo Casanova


Após as medidas de austeridade impostas pelo Governo fruto da situação vergonhosa das finanças públicas, lembrei-me em iniciar a minha salvação do IVA a 23% e de outras medidas draconianas, arranjando um segundo "emprego", que com um pouco de sorte será mais do que um lobby, a minha carreira de futuro, ou seja, como o próprio título deste post indica «libertino de profissão». Não tenho a presunção em me tornar num "Giacomo Casanova português", esse (Casanova) foi uma personagem universal impar e um homem quer se queira quer não grande entre os demais - extraordinário.
O que quer dizer afinal «libertino de profissão»? Em suma, Casanova fez e perdeu fortunas, fundou lotarias oficiais, escreveu quarenta e dois livros, deixou 3600 páginas de memórias, teve casos amorosos e encontros sexuais com inúmeras mulheres. "Senhor" de uma energia espantosa, combatia as enfermidades físicas e problemas sócio-económicos com a sua muito peculiar hilaridade, basta recordar-se aqui o que dizia do preservativo, a sua «profilaxia contra a melancolia». Assim sendo, "vestido de Casanova", aqui estou, entrincheirado na defesa.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O homem dos sete fôlegos


"Não pensamos que a sociedade esteja
dividida entre bons e maus. A divisão
não é essa. Dividimos o mundo
fundamentalmente, entre classes,
entre exploradores e explorados. Uns que
vivem do trabalho dos outros e outros
que trabalham para que outros vivam".

Álvaro Cunhal, 1976

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nacional-Socialismo Cristão


Foi preciso muita comoção, abrupta até, se tiver em conta o parto complicado a que este texto foi sujeito. Um parto em que, se eu fosse mulher, toda me rasgaria na parte do meu corpo que mais me definiria como elemento do sexo feminino, e como se de uma folha de papel se tratasse, num ápice.
Assinando-o, e fá-lo-ei porque é meu dever, uma vez que único autor e responsável, só farei uma coisa a que se dá o nome - inimigos.
Não sei se porventura me poderei classificar de homem corajoso ou se de estúpido. Isso deixo-o para cada um de vós, que me lerem, e para a sempre muito respeitosa subjectividade de opinião.
O tema é ambíguo, mas sempre pertinente, no que revela determinadas semelhanças - na minha opinião, é claro - ou não fosse isto um texto de blog, entre dois fenómenos sociológicos - religião cristã/III Reich.
Se me quiserem censurar, façam-no, se me quiserem "matar", é com vocês, afinal já uma vez fiz minhas as seguintes palavras de Marquês de Sade: "Se o ateísmo precisar de mártires, o meu sangue está pronto".
Já muitos estudos se fizeram sobre a Alemanha nacional-socialista, estudos políticos, económicos, socias, militares e até religiosos.
Entre as obras que li, uma que mais me excitou pejorativamente, foi a do próprio Führer, intitulado "Mein Kampf" na língua germânica, "A minha luta" na tradução para a nossa língua mãe.
Estudado o sistema do III Reich, houve outras sociedades nas quais o mal tomou as rédeas, mas o III Reich é de todas o espelho mais límpido da versão "melhor" acabada de uma nação inteira mergulhada nas trevas da iniquidade, alicerçada numa nova ordem em que as elites dominariam o resto da população. A mesma, deveria sucumbir nos objectivos dessa nova ordem social deificada na personalidade do Führer.
Promovendo o ocultismo dentro das SS, numa verdadeira idolatria da pessoa enquanto chefe supremo do império ariano, em jeito de religião organizada, os símbolos, as roupas, os uniformes, o folclore quase religioso, exercendo uma violenta perseguição a todos os níveis e como não poderia deixar de ser a título intelectual - na célebre propaganda de livros queimados - à semelhança da "Sagrada" Igreja de Cristo na Idade Média.
De facto, os campos de concentração não foram senão infernos identicamente arquitectados como os infernos cristãos das sagradas escrituras, no que os inimigos de cristo (os judeus), porque apoiaram a sua condenação à pena de morte romana (a crucificação).
Heinrich Himmler - comandante das SS, escrevera no seu diário, tinha ele dezanove anos: "Aconteça o que acontecer, amarei sempre a Deus, rezar-lhe-ei e obedecer-lhe-ei e defenderei a Igreja Católica, mesmo no caso de ser expulso dela".
Confessou ao seu médico pessoal, Kersten, em fim de vida: "quando estiver morto, os sacerdotes rezarão também pela minha alma?"
A protecção pessoal do Papa Pio XII levada a cabo pela Gestapo em Roma, a sua acção na Segunda Guerra Mundial alvo de imenso debate e polémica pela neutralidade papal.
Hitler "castigou" os judeus, porque culpados pelo estado social do povo alemão abençoado por Deus e, "descendentes" em consanguinidade de um judeu deicida (Judas).
Até a semelhança da praça Heldenplatz (Praça dos Heróis), em Viena, onde Hitler fez um discurso triunfal, decorria o mês de Abril de 1938, com a Praça de S.Pedro, em Roma.

domingo, 12 de setembro de 2010

Geração Beat

Geração beat (Beat Generation em inglês) é um termo usado tanto para descrever a um grupo de artistas norte-americanos, principalmente escritores e poetas, que vieram a tornar-se conhecidos no final da década de 1950 e no começo da década de 1960, quanto ao fenômeno cultural que eles inspiraram (posteriormente chamados ou confundidos aos beatniks, nome este de origem controversa, considerado por muitos um termo pejorativo). Estes artistas, levavam uma vida nómada ou fundavam comunidades. Foram, desta forma, o embrião do movimento hippie, confundindo-se com este movimento, posteriormente. Muitos remanescentes hippies declaram-se beatnicks e um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, John Lennon, inspirou na palavra beat para batizar o seu grupo musical, The Beatles. Na verdade, a "Beat generation", tal como os Beatles, o movimento hippie e, antes de todos estes, o Existencialismo, fizeram parte de um movimento maior, hoje chamado de "contracultura".
in Wikipédia

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Loucura


A loucura ou insanidade é segundo a psiquiatria uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. É o resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença.
O seu diagnóstico deverá ser feito por especialistas (psiquiatras).
Mas, como em quase tudo na vida existe uma segunda opinião e/ou hipótese, alguns credenciados na área, defendem que o sujeito não está doente da mente, mas pode simplesmente agir segundo uma maneira diferente não aceite pela sociedade em que se insere.
Há a reflectir de que muitos mestres das diferentes áreas do conhecimento humano foram considerados loucos, um deles entre muitos outros o senhor - Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade). Da sua obra - A filosofia na alcova - podemos retirar na dedicatória aos Libertinos, um bom exemplo porque foi o Marquês considerado louco: "Voluptuosos de todas as idades e de todos os sexos, é a vós somente que dedico esta obra, alimentai-vos de seus princípios que favorecem as paixões; essas paixões que horrorizam os frios e tolos moralistas, são apenas os meios que a natureza emprega para submeter os homens aos fins que se propõe. Não resistais a essas paixões deliciosas: os seus órgaos são os únicos que vos devem conduzir à felicidade".
Sem querer negar de que existem realmente muitos loucos com atitudes "saudáveis", ou seja, agindo dentro dos parâmetros considerados normais, parece-me que para a intelligentsia e povo em geral a loucura define-se no fim para que os genitais são usados.
Se assim for, eu sou um dos maiores loucos à face do planeta.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Música com "bafo" de eternidade

Realmente "monstruosa" a forma como estes "rapazes" de Liverpool evoluiram ao longo dos tempos, desde um death-metal melódico, passando por um metal-gótico, e agora navegando pelos mares de um rock atmosférico.
A sua música actual, em particular este album - We´re Here Because We're Here - deixa-me aqui a interessante curiosidade de me devolver a inocência - estúpida diga-se de passagem -, de que amanhã será apenas mais um dia na minha vida eterna.

sábado, 4 de setembro de 2010

Farto de "meninos de coro"




Farto de pessoas que impingem a sua moral (normalmente de raiz católica) para cima dos outros, principalmente daqueles que como eu, não vergam a cerviz nem dizem eu creio.
E assim faço minhas - com a devida permissão - as palavras do meu "querido" Marquês de Sade:

"Respeitemos eternamente o vício e não combatamos mais do que a virtude"

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O insustentável medo da morte


Agora, que como a tantos outros a possibilidade de doença e morte se me fazem sentir mais do que nunca, não compreendo e por vezes - naquelas alturas mais dificeis do dia -, não suporto aquele medo que não se sustenta, aquele frio no estômago, aquele arrepio na espinha de morte.
É dificil compreender as minhas palavras, eu sei-o.
Mas como se consegue evitar a morte?, não se consegue. Ela virá, se não for hoje, será amanhã, ou para a próxima semana, quiçá no próximo ano, ou não estaremos já mortos só com o receio da morte, porque quem tem medo de morrer, não sabe viver.
A morte, gosto precisamente dela vista aos olhos de Jim Morrison:

"A morte faz de todos nós anjos, e dá-nos asas onde tínhamos ombros, suaves como as garras de um corvo"

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A música...um meio, um fim


Ainda sou do tempo (apesar de relativamente jovem ainda) do "metal" - música, não a liga -, elaborado com cabeça, tronco e membros, em que os seus músicos, fãs e editores, olhavam para o género, e nomeadamente para a tribo black-metal, como um fim e um meio para atingir um objectivo. Esse mesmo objectivo, largo,imenso e diversificado, mas que na generalidade dos casos era o de propagar um ideal, um sentimento, uma relação com algo, a procura conjunta de um destino, um sentido de existir.
Hoje, manipulado pela indústria discográfica, o "metal" e todas as suas tribos, perderam o "norte". É mais um género musical igual a tantos outros, em que o objectivo primordial, é o de atingir o maior número de vendas de discos num menor espaço de tempo.
I am ashamed...








sábado, 28 de agosto de 2010

É fim de semana, até para os bloggers

E porque é fim de semana, até para os bloggers, entretenham-se a (re)descobrir este "corno da pátria" do black metal francês: Blut Aus Nord, e o seu album Memoria Vetusta II: Dialogue with the Stars. Enjoy!!!


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para o relax...Isis


Irónico, ter-me deslocado ao hospital e, em que antes e após o tratamento a que fui submetido ter fumado. Fumar, hábito meu e por mais irónico que possa parecer do meu médico também.
Não quero, não posso e não tenho o dever de defender o hábito tabágico, mas, moral da história: de forma consciente ou não, todos temos os nossos pecados capitais, porque somos humanos, demasiado humanos até.
E, sacudamos a humanidade dos espíritos velhos que não cumpriram os seus papéis de criarem espíritos verdadeiramente livres, e que o homem precisa descobrir-se como o seu próprio futuro, neste caso responsável pelo seu fumo e suas consequências futuras. Um pequeno passo para o super-homem, uma grande passo para a Humanidade, e de forma livre e consciente fumei, fumei...

P.S: Será que há quem fume por ali?! Eu não!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eutanásia...um meio, um fim


Porque o tema é extremamente melindroso, mas como ser curioso por natureza, não resisto a mais uma vez na minha vida, comentar o tema (Eutanásia).
Eutanásia (do grego ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte"), é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. Isto obviamente no sentido lato da palavra, ou seja, para a maioria. Depois, há aqueles que a entendem como algo mais profundo. Somos poucos, é certo, mas somos - poucos quanto fortes!
Para mim, e para esses poucos, a eutanásia não se resume à "boa morte" num episódio médico, mas sim, sempre que o individuo o deseje, desde que atingida a maioridade e na plenitude das suas capacidades intelectuais. Não é um acto de cobardia, porque para nós o eutanasiado, tem todo o direito em colocar um ponto final no "romance" que foi a sua vida. Já que, se a morte é tão somente do morto, porque não ao direito de escolha sobre a hora e forma da mesma?! Não é um fugir aos problemas em vida, mas sim um passo subjectivo de tomada de consciência do direito à morte.
O eutanasiado - seja porque motivo for -, repito, não é um cobarde, principalmente se como eu de mentalidade evolucionista e positivista, porque não esperámos por uma vida além túmulo, logo é preciso muita coragem, a que eu chamo atingir o "Olimpo de uma decisão".
Sendo a Eutanásia no nosso rectângulo à beira-mar plantado acto ilegal, este é o meio para escrever o epílogo da minha vida (revólver buldog) por debaixo do travesseiro.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Addict...até a última gota


Viciados... são para a generalidade dos costumes os grandes culpados de tudo o que de mal vai. O "recto da sociedade" - para a ignomínia da maioria - que de mão estendida apelam-nos ao coração, mas sempre que um estende o braço julgámos: para uma moeda no estacionamento no parque, ou quiçá, para o próximo "xuto", o próximo desprendimento da alma cansada de viver no corpo ostracizado pelas instituições, causas e "lordes ingleses".
Todos conhecemos alguém (vizinho, familiar, amigo, ou amigo do amigo) que sofre em solidão, no abismo da lâmina ou da seringa. Todos desprezámos alguém (vizinho, familiar, amigo, ou amigo do amigo),empurrados na corrente do rio da indiferença. Deixemos a hipocrisia e lutemos contra este fenómeno.
Mais vos digo, conheci a pior das adições, que mata mais pessoas do que a toxicodependência: - a religião, é só estarmos atentos aos media.
Já Marx dizia: "a religião é o ópio do povo".
Antes um "xuto" "na veia até a última gota" do que na alma.

domingo, 22 de agosto de 2010

Apetece-me blasfemar fodendo


Num gesto de refeição nua, abro a porta da mente e num sabor a sal com pimenta imagino como seria foder duas mulheres ao mesmo.
As indecisões masculinas: qual delas primeiro? No rabo ou na cona? Bem, por ventura podemos começar por uma "espanholada". Se calhar um "69", com os três misturados nos lençóis molhados de prazer.
Apetece-me blasfemar. Este acto faz parte de mim. Será errado?. Não sei. Decidam vocês. Não podem ter outro que não eu.
Numa comoção abrupta, vem-me à mente as questões pertinentes sobre a Trindade:
Que posição escolheu Maria para gerar o Cristo?
Terá sido essa a posição preferida de José?
A não escolha da posição correcta tê-lo-á marcado irremediavelmente cedo demais para a cruz?
Terão os pais praticado sexo anal, antes do vaginal, e assim, gerado um homem/merda?
Escorrego e bato com a cabeça na esquina da mesa. Há que ter cuidado, a garrafa de whisky já vai a meio, e a chávena de peiote está no fim.

sábado, 21 de agosto de 2010

Suicide Note, Part II - Medo, desespero e confusão


Mais um dia quente, abrasador como o Inferno. Acordo e vejo-me a braços com uma cólica renal. Lanço-me na perseguição do meu "cocktail de drogas" (buscopam compositum, voltaren e transulina). Como estou de férias e por descuido esqueci-me deles em casa, só tinha um medíocre anti-inflamatório e uma banheira de água bem quente. Aliviou um pouco, mas não resolveu. Não queria mas teve que ser - Hospital. Lá o tratamento é o comum para este tipo de mialgias provocadas por uma "serra da estrela" que se formou no rim e que teimosamente ali permanece. Tratado regresso a casa ainda padecendo destas maleitas que me irão chatear nos próximos tempos. Ao chegar a casa, a minha mãe disse-me logo: - Estás melhor, graças a deus! A minha resposta peremptória: - Estou, mas graças à medicina.
Aí está, dois pensamentos opostos e que em nada se complementam. O primeiro, supersticioso, vivendo do medo, desespero e confusão. O meu, resplandecendo com o "canto de galo do positivismo".
Mais pela tarde, numa curta viagem até ao centro da aldeia, pude verificar a "prostituição" mais descarada e legalizada nos costumes sociais deste pequenino país (Igreja e Política), nas pessoas do Pároco e Presidente da Câmara, respectivamente. Estive a observá-los como eles riam e troçavam deste e daquele transeunte que pela hora de maior calor passavam, num jogo interesseiro - Não se esqueça da Igreja, Sr. Presidente, que na homília não me esquecerei de si.
De seguida os dois corvos já de garras afiadas levantaram voo sorumbático nas asas da mentira e da censura rumo ao horizonte laranja escurecido pelo fumo dos incêndios florestais, que por esta zona é normal em época de estio.
Ao chegar a casa, disseram-me: - Estiveste hoje no hospital e já andas por aí?! A fazer o quê?! Não páras!
Em resposta citei Honoré de Balzac: "O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo". E eu conhecendo a "massa" de que sou feito só morrerei uma única vez: "six feet under".

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dia mundial da fotografia








Porque ontem foi o Dia Mundial da Fotografia, deixo, algumas "fotos" da sessão fotográfica realizada por Andy Craddock, numa Igreja do Século XIII.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A fine way to died


Há várias formas de se morrer. Uma delas, e a que eu mais aprecio: perpetrada por Sharon Stone no filme Basic Instinct.

O que quero para hoje?


O que quero para hoje?
Amizade com grupos de "delinquentes", filósofos de almas selvagens, obcecados por sexo e literatura. Em suma, pessoas desejosas por salvarem-se.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Hoje e, como há algum tempo a esta parte cheira a esgoto em Portugal, entenda-se por esgoto a apatia cultural e social em que vivemos. Falamos, falamos, mas nada mais fazemos para alterar o nosso rumo. Continuamos ainda há espera do regresso de D.Sebastião em uma manhã de nevoeiro. É só ver as noticias nos media, imprensa...

sábado, 14 de agosto de 2010

Amor versus Solidão


Søren Aabye Kierkegaard nasceu em Copenhaga, em 5 de Maio de 1813, onde viria a falecer, a 11 de Novembro de 1855, filósofo dinamarquês do século XIX, mais conhecido por ser o "pai do existencialismo".
Søren, foi a ponte entre a filosofia hegeliana e aquilo que se tornaria no existencialismo (corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano).
Tendo escrito a maioria das suas obras sob vários pseudóminos e, em que muitas das vezes esses pseudo-autores comentavam os trabalhos de pseudo-autores anteriores, torna as suas obras de difícil interpretação.
Mas não são as suas teorias existencialistas e, muito menos a relação de angústia e sofrimento que ele manteve com o cristianismo - herança de um pai extremamente religioso que cultivava de maneira exacerbada os rígidos princípios do protestantismo dinamarquês (religião do Estado), que mais me apaixona. Mas sim, a percepção do filósofo de que não poderia dar à sua noiva (Regine Olsen) todo o amor de que ela necessitava. Viveu sob esta angústia até romper o noivado.
Kierkegaard deixa-nos esta máxima - a teoria é minha , logo perfeitamente revogável -, sobre as mulheres de que: nós homens, somos na maior parte das vezes incapazes de servirmos este ser (mulher) tão repleto de excelsidade. E a assumpção desta ideia faz de nós "homens mais completos", porque reconhecemos o nosso maior defeito, competindo a cada um corrigir o seu caminho ou, elaborar uma antítese à tese camuflada neste episódio da vida do filósofo.
Como não poderia deixar de ser recomendo para aqueles que por uma razão me lêem, a primeira parte (Diário de um Sedutor) do livro: Ou isso, ou aquilo: um fragmento de vida, escrito em 1843, do escritor dinamarquês.
Numa breve sinopse da obra: Corresponde ao estádio estético da existência que o próprio Kierkegaard viveu, enquanto se entregava a uma vida boémia pelos salões e teatros de Copenhaga. O sedutor kierkegaardiano desempenha o seu papel na época da juventude, pautada pelos padrões da vivência estética, em que a ópera se revela mais real do que as próprias contingências do quotidiano com as suas responsabilidades e deveres.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Allen Ginsberg - Howl



O poema pornográfico Howl (Uivo) de uns dos maiores ícones da Geração Beat (Allen Ginsberg), não vos trará mais esperança de vida, muito menos o "EuroMilhões", mas levar-vos-á pelos caminhos obscenos da alma, onde o poeta num tom confessional expõe o sofrimento de uma geração sobre a obtuosidade mental dos EUA - à época-, e a consequente exclusão e marginalização de muitos artistas ou pessoas comuns que não puderam desenvolver todas as suas potencialidades como seres humanos e acabaram arrastados à loucura.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Suicide note - part I


Este post é o inicio de vários outros posts que só deveriam ser publicados depois de o Blogger se ter tornado invisível aos olhos das demais pessoas. Ou, dito por palavras mais prosaicas, depois do Blogger ter morrido. Numa espécie de grito cobarde e póstumo.
Mas como a cobardia não faz parte do meu dicionário, e postumamente também já não me interessa, porque inútil, e todo o bom pai gosta de ver o seu filho nascer, aqui vai este primeiro tiro certeiro da minha carta suicida.
Ao postá-lo, sou desde já, alvo do lápis azul da censura que mesmo após o 25 de Abril de 1974 ainda se faz sentir - escamoteado aqui e ali pelos “lordes ingleses”, que a maioria de vós idolatra nos programas de TV e da Rádio, ditos informativos, mas que não são mais do que a face visível do lápis cor do céu em época de estio -, e em especial dos sentimentos de ódio que proliferarão sobre o cidadão que represento em 1,80 cm de altura. O ódio será ideológico, aquele que mais mata.
Enquanto o calor do deus sol - talvez o único verdadeiro deus idolatrado pelos Homens -, aconchega os dias de verão neste cantinho da Europa e, demasiadamente irritado por aquilo que tenho lido nos blogs e feeds de notícias do facebook - porque quanto a mim, são meios tecnológicos desaproveitados, e é só ver que quase ninguém fala daquilo que é realmente importante (incêndios, óbitos causados pelos mesmos, acidentes nas estradas, 2000.000 de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, etc, etc, etc.) -, chego à conclusão que me parece que tudo o que de realmente negativo nos/vos tem acontecido, é muito mais do que providencial, ou de uma espécie de karma português sebastianista, mas acima de tudo, é a consequência da vossa inoperância, da vossa - desculpem-me a expressão que chocará - estupidez de pessoa caturra e retrógrada.
As cúpulas do Poder Político e do Poder económico-financeiro, a mais perversa de todas as Trindades, exigindo dos seres humanos e dos Povos incondicional adoração e submissão.
Quem lhes resistir, desmascarar e apontar os seus erros - como eu -, terá como prémio a erradicação da memória das gerações contemporâneas e gozará do desconhecimento total das gerações futuras. O meu registo de nascimento será cancelado. Os meus apelidos serão proibidos da onomástica nacional. O meu nome próprio só será aceite pela sua etimologia religiosa (José - deus acrescenta; Manuel - deus está connosco). Serei mais uma vítima humana, hoje, como milhares de milhões, do dinheiro acumulado e concentrado.
Este é o meu "grito do ipiranga", o canto de galo do positivismo que tarda em fazer-se ouvir no nosso pseudo-país. Pseudo (?), porque um país faz-se de pessoas/cidadãos, não de macacos amestrados pelo tratador no jardim zoológico.
Casmurros, rezingões, como o papagaio que fala, fala, fala, mas não diz nada de jeito. Quando temos a arma (voto secreto e universal) nas mãos, preferimo-nos deslocar para a praia dizendo “Ah, ganhe, quem ganhar, fazem todos a mesma coisa”. Há-de vir o dia em que 10% dos votos elegerão um ditador, e nesse dia vou-me rir, melhor dizendo, sem "mea culpa", chorar lágrimas de sangue.
Faço ao "Grande Irmão" um favor: Voltado para o espelho do quarto, o cano do velho buldog (revólver) direccionado ao esfenóide, dedo no gatilho, cão da arma atrás, comutador de tiro em “fogo” e…primeiro disparo acerta no alvo, mesmo em cheio, um esguicho de sangue salpica as paredes claras e mancha a alcatifa. Amanhã tenho que trazer uma tigela preta, ainda dará para aproveitar para a confecção de um belo arroz de cabidela, assim não terá sido em vão.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Linhas certas para uma tarde de verão


Primeiro livro da autoria de Jaime Soares "Mosath", intensa em sentimentos e introspecção, onde com o escritor podemos guiar-nos na nossa própria existência.
Uma mente jovem e irreverente que neste livro não nos apresenta conselhos, mas acima de tudo, factos da sua vivência pessoal iguais, quiçá, a tantos outros da nossa própria vida.
Numa viagem interior à "alma", tentado perceber as grandes dicotomias da existência humana: alegrias e desilusões, amores e desgostos.
Uma obra de 106 páginas de leitura pertinente e irresistível e porque apaixonante, agradável companhia para uma tarde paralisada de calor.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A cruz


A cruz, símbolo religioso na tradição cristã. Instrumento da morte de Jesus, mencionado em textos bíblicos como Mateus 27:32 e 40. Ali, a palavra grega stau·rós é traduzida por “cruz” em várias Bíblias em português, e o costume dos Romanos era a crucificação.
Deixa-nos lugar a pelos menos duas perguntas que requerem resposta:
Qual o futuro de uma religião que tem num acto de barbárie humana o seu principal símbolo?
Se matássemos o Ungido dos Cristãos na cadeira eléctrica ou injecção letal, seriam estes os símbolos religiosos depositados nas mesinhas de cabeceira das beatas velhas aquando da reza do padre nosso?

domingo, 8 de agosto de 2010

"On the road" in Portugal


Finalmente de férias. E porque o dinheiro não era muito para gastar, resolvi fazer uma viagem até ao meu ponto de hospedagem (casa de meus pais) de transportes públicos. Escolhi o comboio, é rápido, seguro e ainda barato. A preparação para a mesma não me trouxe entusiasmo rigorosamente nenhum. Era apenas mais uma chata viagem. Casa, transporte, casa, e vice-versa. Mas, as coisas iriam mudar. Havia qualquer coisa nesta viagem de algo inusitadamente diferente - estranho. Deparei-me com este facto logo à chegada à estação ferroviária. O burburinho das bocas abafadas por umas fatias de pizza, a pressa dos transeuntes denunciada pelo ronronar das rodas das malas no pavimento da estação. Suado, e que suado eu estava. Fazia um calor no mínimo brutal nesta tarde de verão. Todos cheirávamos mal. E eu gostei. O suor lançava-se sobre o café - transformando-o de curto em longo -, os pêlos do peito ensopados faziam-me lembrar as algas marinhas no oceano azul. As crianças apressavam-se a devorar o gelado antes que o calor o fizesse por elas.
Entro na carruagem, e deparo-me com duas jovens inglesas com quem meti conversa. O meu inglês não era grande coisa, mas dava para safar. Fomo-nos conhecendo os três naquelas 3 horas. Eram jovens britânicas inteligentes e pareciam-me boas confidentes na luxúria. No final, cada um foi para o seu lado.
Aprendi a gostar da sujidade, meter conversa com estranhos, viajar em transportes públicos, em suma, nunca me tinha sentido tão "Kerouac".
Outras coisas se passaram, mas talvez nunca as chegue a contar, ou quem sabe mais além.
Chegado à minha santa terrinha, a serra continuava imóvel e paralisada pelo calor que teimosamente continuava a fazer-se sentir.

sábado, 7 de agosto de 2010

Aos vencidos...

Após a vitória do meu clube e na muita companhia de Baco, aqui fica para os vencidos uma bela cover da Marcha Fúnebre de Wagner:



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quase...nítido, mas todo nulo


Já lá vai algum tempo que por mero acaso, quase pus fim à própria alma. Vivia tempos conturbados. Tingida de um negro longe do seu crepúsculo, como se de um actor de teatro do absurdo me tratasse. A esperança estava a milhas da costa, o corpo ia-se ressentindo aos poucos do stress vivido na consciência. Era um corpo de Dezembro, frio, erecto, como um pau de madeira coberto de neve há já alguns dias. O universo em que existia era um oceano surrealista. Não me faltavam pessoas que me quisessem acompanhar/ajudar, e lembrar-me de que existe vida para além da minha. E ver a vida passar fazia-me tédio e tristeza. Tédio por vê-los - aos outros viverem-na. Tristeza, porque é mais duro sermos infelizes assistindo à felicidade alheia.
Vai daí, lembrei-me do condenado na história ficcional - Nítido Nulo, de Vergílio Ferreira. Romance escrito em 1969, ano da morte do Chefe do regime fascista e tempos revolucionários. Aqui o escritor põe em causa Deus e o pecado original. Salazar e o regime. A revolução e a acção revolucionária. A liberdade e a prisão. Em que se desemboca no eterno "´nítido nulo" do horizonte.
Para além de todas as interpretações denunciadas por certas sumidades na matéria (universo vergiliano), tenho a minha em que penso: que nos defrontamos com a ideia de que a maior dor que se pode proporcionar é mostrar o maior bem e prazer, ou pelo menos não permitir que nos esqueçamos, mas que devido à sua condição temporal de condenado, não lhe é permitido o usufruto dos mesmos:
...«a sala é larga e limpa. As próprias grades são pintadas de branco para deixarem passar a alegria que puderem. Decerto entendeu-se que sofria mais assim».

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gilberto de Lascariz



Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Lisboa, ao mesmo tempo que seguia Língua e Cultura Sânscrita na Universidade Nova de Lisboa.
Rapidamente se envolveu em várias sociedades esotéricas de carácter rosacruciano e maçónico, tendo tomado votos na Tradição Nyngma-Pa do Budismo Tibetano.
Em 1989 criou em Portugal o Conventículo TerraSerpente de Wicca Alexandriano e lançou a Confraria Sol-Negro, uma organização artística dedicada à renovação estética das artes sob o ponto de vista do esoterismo neo-pagão, na sua acepção evoliana.
Considerado em 2006 pela revista portuguesa de cultura gótica Elegy Ibérica a figura mais importante do pensamento esotérico neo-pagão em Portugal.
Em 1999 criou o Projecto Karnayna, uma organização que visava então fornecer instrução esotérica na perspectiva do Neo-Paganismo.
Publicou vários livros, sendo que, o que mais apreciei foi: Ritos e Mistérios Secretos do Wicca (Edições Zéfiro).

terça-feira, 3 de agosto de 2010



Após ter sido colocado no meu mural do facebook, um acesso a um vídeo gótico do youtube, fiquei com a certeza de que esta cultura (gótica) sempre me interessou outrora o suficiente - sentimentos passados houve que foram exumados - para um destes dias - acompanhado por um "guia", porque sou um "virgem" nestas andanças, fazer uma incursão e deixar-me inundar pelo seu estilo de vida e beber um pouco da sua sabedoria que abarca já algumas décadas.
Espero que a expressão "estilo de vida" não ofenda "os seguidores" - perdoem a minha indesculpável ignorância - sobre esta cultura tão respeitável como outra qualquer. São mais um gesto da mão humana, na busca incessante do que é o Homem, para que é o Homem e qual o seu futuro e papel no Cosmos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Volta de 360º


É assim. A história repete-se e não damos por isso. E esse é o grande erro do Homem (esquecemos facilmente de que o que aconteceu "ontem" voltará a realizar-se).
Agora que Portugal é um país amordaçado pelas políticas da União Europeia (uma União que funciona apenas para alguns, não para os pobres sulistas, denominados por outros energúmenos do norte europeu como os PIGS - Portugal, Italy, Greece and Spain - uma bela ironia ou um simples trocadilho linguístico)? Fica para subentender o verdadeiro significado da expressão; relembro o que nos finais do Século XIX se passou:

O Ultimato britânico de 1890
Foi um ultimato do governo britânico - chefiado pelo primeiro ministro Lord Salisbury - entregue a 11 de Janeiro de 1890 na forma de um "Memorando" que exigia a Portugal a retirada das forças militares chefiadas pelo major Serpa Pinto do território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola (nos actuais Zimbabwe e Zambia), a pretexto de um incidente entre portugueses e Macololos. A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de-rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja, a Moçambique. A concessão de Portugal às exigências britânicas foi vista como uma humilhação nacional pelos republicanos portugueses, que acusaram o governo e o rei D.Carlos I de serem os seus responsáveis. O governo caiu, e António de Serpa Pimentel foi nomeado primeiro-ministro. O Ultimato britânico inspirou a letra do hino nacional português, "A Portuguesa". Foi considerado pelos historiadores Portugueses e políticos da época a acção mais escandalosa e infame da Grã-Bretanha contra o seu antigo aliado. E esta ideia podemo-la recordar na obra do maior romancista portugês do século em questão - Eça de Queiroz - As Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres.
Eça não acreditava que o destino da sua pátria dependesse das possessões ultramarinas e, muito menos, da posse dos territórios acima mencionados. Podemos vê-lo no artigo que, disfarçado de João Gomes, publicou sobre o Ultimato, semanas após a crise. Não se conformava com o vexame sofrido pelo país e muito menos com a atitude apática dos líderes portugueses de então.
O objecto de "estudo" agora é diferente, mas depois de ter sido um "bom aluno" (recorde-se que dizimámos a nossa agricultura e pescas a troco de uns milhões), é Portugal tratado como se de um marginal fosse! O défice português, as contas públicas, também portuguesas, o PIB nacional, as agências de rating, sei lá que mais.
Deixo esta questão perigosa embora pertinente:
Precisa Portugal "desta Europa"?
Deixo "Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres" como uma sugestão de leitura num primeiro sufoco, mas acima de tudo como uma essencial reflexão.

domingo, 1 de agosto de 2010

A luta continua


Sei que a génese deste blog é a cultura em geral, sendo particularizadas a literatura e a música. Mas como o cabeçalho igualmente afirma - Dedicado à mão humana..., o que o torna absolutamente generalista, logo, os problemas sociais fazem parte do seu genoma.
Quando na madrugada de Domingo decidi finalmente desligar a TV, mas antes resolvi fazer um "zapping", parei na Sic Notícias que desenrolava àquela hora o programa apresentado por Mário Crespo - Plano Inclinado.
Os agentes da acção eram os habituais (Dr. Medina Carreira e o Dr. João Duque), o convidado (Dr. Carvalho da Silva).
Aqui, como há muitos anos para cá, dois pólos que se afastam, o que é natural, mas não se complementam, o que é prejudicial para este cantinho em forma de rectângulo à beira mar plantado.
De um lado, os "lordes ingleses" sempre no apoio dissimulado ao patronato, defendiam que em Portugal os trabalhadores auferem acima da sua capacidade técnico-profissional, e que esta era uma das causas do desinvestimento estrangeiro - IMAGINE-SE!!!
Do outro, o homem doutorado academicamente, mas de origens simples do Norte do país, defendia que existe cura para o mesmo e que a tarefa deverá ser repartida por todos sem excepção.
Carvalho da Silva, apareceu-me como um homem positivo, com fé em Portugal e nos portugueses. Os outros dois pensadores da "bolsa", são como a geografia magrebina - só deserto, apenas um objecto se vislumbra no seu horizonte- a conta bancária pessoal como o Oásis a descobrir.

sábado, 31 de julho de 2010

"Dói-me a cabeça e o Universo"


Ainda revoltado mas conformado com o desaparecimento de mais uma sumidade nacional (António Feio), esta no campo da representação; com os miolos em verdadeira anarquia de pensamento, num questionar constante - porque tinha de ser ele?!...porque não um "lorde inglês" da Bolsa?! A essa pergunta não há resposta. Esta como outras, são perguntas inacessíveis ao espírito e compreensão humanos, ou, se calhar porque o Universo é caótico e aleatório. As coisas são o que são. Não temos o que merecemos, temos o que temos.
Ainda assim, e durante um período de tréguas neste "Dia do Juízo Final" da consciência, deduzo que no caos também poderá existir ordem, na destruição algo útil e construtivo - pelo menos um começar de novo, uma oportunidade para se fazer melhor. A guerra dá-nos o desejo de paz. Os opostos complementam-se é certo.
Mas há uma situação ridícula, um verdadeiro escândalo na vida do Homem. A ilusão mórbida de que o prazer supera a dor. Aqui os opostos não se complementam, um anula o outro.
A subsidiar a "tese" acima mencionada refira-se o filósofo alemão pessimista do século XIX Arthur Schopenhauer, na sua obra "On the Suffering of the World": «Quem quiser comprovar a afirmação de que no mundo o prazer ultrapassa a dor, ou que pelo menos se mantêm em equilíbrio, que compare a sensação do animal que devora outro, com a sensação daquele que é devorado.»
A todos os deludidos recomenda-se a sua leitura.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Redescobrindo um "túmulo esquecido" Parte II

O filme Hannibal Lecter deixa-nos esta questão primordial.
Poderá um homem apaixonar-se no seu primeiro encontro com uma mulher?
Poderá ele diáriamente alimentar-se apenas da sua imagem?

Hannibal Lecter pensa que sim.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Redescobrindo um "túmulo esquecido" - Parte I

Após o jantar e ligeiramente entorpecido pelas duas cervejas "que deitei abaixo", quiçá por descuido ou "obrigado" aos 33º que ainda se fazem sentir, redescubro na minha colecção de cd's, um já de longa data, mais precisamente editado no ano de 1992, intitulado Blind Melon, nome da banda norte-americana que o compôs.
Desta banda há muito para contar, mas a história da mesma dissolve-se na pessoa do seu malogrado vocalista Shannon Hoon.
Hoon nasceu em Lafayette, Estado do Indiana, E.U.A., em 26 de Setembro de 1967, tendo o mítico cantor vindo a falecer em 21 de outubro de 1995, vítima de overdose de cocaína no auge do seu sucesso. Gozava de grande prestígio entre os fãs e a crítica.
Aqui deixo o tema Galaxie.
É dele a frase do dia.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Erro crasso e supino



Enquanto me deslocava do serviço e já no transporte público (entenda-se por serviço onde passo o dia como um peixe num aquário fechado numa "redoma de vidro", a deitar bolinhas de oxigénio pela boca, ou seja, o emprego) e aí "abandonado" pela minha colega, que diáriamente faz o "frete" de me acompanhar naqueles mil passos desde a porta do mesmo até à estação do metro. Agora e só na companhia do meu mp3, dou-me conta do erro crasso e supino que havia cometido 24 horas antes. Um erro de gestação. É o que acontece quando o filho é prematuro, traz alguns problemas mas felizmente para os pais podem-se resolver desde que diagnosticados em tempo útil.
Se este blog é português, escrito em portugês e por alguém que embora identificado com a cultura "beat" norte-americana afirma-se beatnik português, como poderia a primeira postagem no mesmo não ser dedicada ao - pelo menos para mim - o melhor romancista português desde Eça, em suma, José Saramago.
Como o próprio havia dito, mais ou menos isto e com a clareza que lhe era peculiar e num tom quase "messiânico": "...enquanto for vivo não haverá mais nenhum português prémio nobel da literatura...". Tinha razão. Só se muda o "rei" postumamente.
Assim sendo, o erro é meu e o pedido de desculpas também.
Ao Nobel, à sua querida viúva e à Fundação José Saramago ab imo pectore.
Escritor dotado de excelente formação humana, deu o maior contributo que a língua portuguesa poderia esperar, revelando permanente disponibilidade para a literatura e todo o tipo de causas humanitárias, sendo justo que, hoje e após a sua morte se releve o seu desempenho através desta pública referência com uma pequena biografia, designação cronológica dos seus livros e breve sinopse nos que mais gostei.

Biografia:

José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando era ele ainda muito pequeno. Toda a sua vida decorreu na capital.
Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas.
O seu primeiro emprego foi: serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora - Editorial Estúdios Cor, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 viveu exclusivamente do seu trabalho literário.

Livros:

Terra do Pecado (1947)
Os Poemas Possíveis (1966)
Provavelmente Alegria (1970)
Deste Mundo e do Outro (1971)
A Bagagem do Viajante (1973)
As Opiniões que o DL Teve (1974)
O Ano de 1993 (1975)
Os Apontamentos (1976)
Manuel de Pintura e Caligrafia (1977)
Objecto Quase (1978)
Poética dos Cinco sSentidos (1979)
A Noite (1979)
Que Farei com Este Livro? (1980)
Levantado do Chão (1980)
Viagem a Portugal(1981)
Memorial do Convento (1982)
Os amores trágicos de Blimunda Sete- Luas e Baltazar Sete-Sóis, sobre o pano de fundo da construção do convento de Mafra.
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
Deu vida a um heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, narrando-lhe os últimos dias, vividos na Lisboa triste da época da consolidação dos fascismos na Europa.
A Jangada de Pedra (1986)
História do Cerco de Lisboa (1989)
O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991)
Apresenta-nos uma nova perspectiva histórica da história de Jesus, completando assim as "lacunas" dos quatro evangelhos. Aqui somos confrontados com um deus mau tenebroso e cruel, como no seu livro "Caim".
Cadernos de Lanzarote (I-V) (1994)
Ensaio sobre a Cegueira (1995)
Todos os Nomes (1997)
O Conto da Ilha Desconhecida (1997)
O Discurso de Estocolomo (1998)
Folhas Políticas (1976-1998) (1999)
A Caverna (2000)
A Maior Flor do Mundo (2001)
O Homem Duplicado (2002)
Ensaio sobre a Lucidez (2004)
Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido (2005)
As Intermitências da Morte (2005)
As Pequenas Memórias (2006)
A Viagem do Elefante (2008)
Caim (2009)
Recorre a Caim para demonstrar que: "A Bíblia é um manual de maus costumes", suas palavras em entrevista ao JL. Sublinha-se neste livro a crueldade que está sujacente na Bíblia, num tom pícaro e mordaz.

domingo, 25 de julho de 2010

Nachtmystium, Every Last Drop, Black Meddle, Part II

Noite quente de verão

Numa noite quente deste verão, e "sem mais nada para fazer", porque isto de se ser divorciado tem muito que se lhe diga. Lancei-me a caminho da baixa lisboeta, e quando dei por mim estava na Fnac do Chiado. Entrei, dirigindo-me para a secção de música. Vasculhei as estantes e nos escaparates da secção de música heavy/alternativa encontrei, inusitadamente alertado pela estranha capa, o album Addicts: Black Meddle Part II - a primeira parte havia sido: Assassins: Black Meddle Part I, com edição em 2008, dos Nachtmystium. Em suma a segunda parte da série Black Meddle, da banda norteamericana oriunda de Dekalb, estado do Illinois. Nachtmystium banda fundada em 2000 por Blake "Azentrius" Judd, de raiz black-metal (o black-metal é umas das muitas tribos que formam o heavy-metal actual)de lírica negra e carregada de "ódio".
Actualmente os Nachtmystium são mais uma banda de Experimental/Psychedelic Metal.
Comprei-o e ao chegar a casa pus-me a ouvi-lo.
Addicts:... com edição pela Candlelight, demonstra-nos uns tipos que fazem o que lhes dá na real gana, onde a sua música é uma amálgama de psicadelia e pós-rock, mas com abordagem industrial em temas como "No Funeral" e "Ruined Life Continuum". Mas, o black-metal não se perdeu e podemo-lo encontrar no tema "High On Hate", com blastbeats a dar com "pau" para toda a gente. O tema "Every Last Drop", de puro ambiente psicadélico hippie, com longos solos progressivos e até mesmo épicos.
É a facilidade com que esta banda passa de black-metal mais rápido para momentos de psicadelismo puro, numa espécie de black'n'roll, mas, sem nunca perderem a noção do ridículo - porque isto de se inovar, apenas pelo simples facto, poderá exumar rápidamente o sentido da estupidez; que alguém os alcunhou de "Black Floyd", com a maturidade musical que denotam.

Nachtmistium, No Funeral, Album: Addicts: Black Meddle, Part II