Imagens

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Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

sábado, 31 de julho de 2010

"Dói-me a cabeça e o Universo"


Ainda revoltado mas conformado com o desaparecimento de mais uma sumidade nacional (António Feio), esta no campo da representação; com os miolos em verdadeira anarquia de pensamento, num questionar constante - porque tinha de ser ele?!...porque não um "lorde inglês" da Bolsa?! A essa pergunta não há resposta. Esta como outras, são perguntas inacessíveis ao espírito e compreensão humanos, ou, se calhar porque o Universo é caótico e aleatório. As coisas são o que são. Não temos o que merecemos, temos o que temos.
Ainda assim, e durante um período de tréguas neste "Dia do Juízo Final" da consciência, deduzo que no caos também poderá existir ordem, na destruição algo útil e construtivo - pelo menos um começar de novo, uma oportunidade para se fazer melhor. A guerra dá-nos o desejo de paz. Os opostos complementam-se é certo.
Mas há uma situação ridícula, um verdadeiro escândalo na vida do Homem. A ilusão mórbida de que o prazer supera a dor. Aqui os opostos não se complementam, um anula o outro.
A subsidiar a "tese" acima mencionada refira-se o filósofo alemão pessimista do século XIX Arthur Schopenhauer, na sua obra "On the Suffering of the World": «Quem quiser comprovar a afirmação de que no mundo o prazer ultrapassa a dor, ou que pelo menos se mantêm em equilíbrio, que compare a sensação do animal que devora outro, com a sensação daquele que é devorado.»
A todos os deludidos recomenda-se a sua leitura.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Redescobrindo um "túmulo esquecido" Parte II

O filme Hannibal Lecter deixa-nos esta questão primordial.
Poderá um homem apaixonar-se no seu primeiro encontro com uma mulher?
Poderá ele diáriamente alimentar-se apenas da sua imagem?

Hannibal Lecter pensa que sim.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Redescobrindo um "túmulo esquecido" - Parte I

Após o jantar e ligeiramente entorpecido pelas duas cervejas "que deitei abaixo", quiçá por descuido ou "obrigado" aos 33º que ainda se fazem sentir, redescubro na minha colecção de cd's, um já de longa data, mais precisamente editado no ano de 1992, intitulado Blind Melon, nome da banda norte-americana que o compôs.
Desta banda há muito para contar, mas a história da mesma dissolve-se na pessoa do seu malogrado vocalista Shannon Hoon.
Hoon nasceu em Lafayette, Estado do Indiana, E.U.A., em 26 de Setembro de 1967, tendo o mítico cantor vindo a falecer em 21 de outubro de 1995, vítima de overdose de cocaína no auge do seu sucesso. Gozava de grande prestígio entre os fãs e a crítica.
Aqui deixo o tema Galaxie.
É dele a frase do dia.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Erro crasso e supino



Enquanto me deslocava do serviço e já no transporte público (entenda-se por serviço onde passo o dia como um peixe num aquário fechado numa "redoma de vidro", a deitar bolinhas de oxigénio pela boca, ou seja, o emprego) e aí "abandonado" pela minha colega, que diáriamente faz o "frete" de me acompanhar naqueles mil passos desde a porta do mesmo até à estação do metro. Agora e só na companhia do meu mp3, dou-me conta do erro crasso e supino que havia cometido 24 horas antes. Um erro de gestação. É o que acontece quando o filho é prematuro, traz alguns problemas mas felizmente para os pais podem-se resolver desde que diagnosticados em tempo útil.
Se este blog é português, escrito em portugês e por alguém que embora identificado com a cultura "beat" norte-americana afirma-se beatnik português, como poderia a primeira postagem no mesmo não ser dedicada ao - pelo menos para mim - o melhor romancista português desde Eça, em suma, José Saramago.
Como o próprio havia dito, mais ou menos isto e com a clareza que lhe era peculiar e num tom quase "messiânico": "...enquanto for vivo não haverá mais nenhum português prémio nobel da literatura...". Tinha razão. Só se muda o "rei" postumamente.
Assim sendo, o erro é meu e o pedido de desculpas também.
Ao Nobel, à sua querida viúva e à Fundação José Saramago ab imo pectore.
Escritor dotado de excelente formação humana, deu o maior contributo que a língua portuguesa poderia esperar, revelando permanente disponibilidade para a literatura e todo o tipo de causas humanitárias, sendo justo que, hoje e após a sua morte se releve o seu desempenho através desta pública referência com uma pequena biografia, designação cronológica dos seus livros e breve sinopse nos que mais gostei.

Biografia:

José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando era ele ainda muito pequeno. Toda a sua vida decorreu na capital.
Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas.
O seu primeiro emprego foi: serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora - Editorial Estúdios Cor, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 viveu exclusivamente do seu trabalho literário.

Livros:

Terra do Pecado (1947)
Os Poemas Possíveis (1966)
Provavelmente Alegria (1970)
Deste Mundo e do Outro (1971)
A Bagagem do Viajante (1973)
As Opiniões que o DL Teve (1974)
O Ano de 1993 (1975)
Os Apontamentos (1976)
Manuel de Pintura e Caligrafia (1977)
Objecto Quase (1978)
Poética dos Cinco sSentidos (1979)
A Noite (1979)
Que Farei com Este Livro? (1980)
Levantado do Chão (1980)
Viagem a Portugal(1981)
Memorial do Convento (1982)
Os amores trágicos de Blimunda Sete- Luas e Baltazar Sete-Sóis, sobre o pano de fundo da construção do convento de Mafra.
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
Deu vida a um heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, narrando-lhe os últimos dias, vividos na Lisboa triste da época da consolidação dos fascismos na Europa.
A Jangada de Pedra (1986)
História do Cerco de Lisboa (1989)
O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991)
Apresenta-nos uma nova perspectiva histórica da história de Jesus, completando assim as "lacunas" dos quatro evangelhos. Aqui somos confrontados com um deus mau tenebroso e cruel, como no seu livro "Caim".
Cadernos de Lanzarote (I-V) (1994)
Ensaio sobre a Cegueira (1995)
Todos os Nomes (1997)
O Conto da Ilha Desconhecida (1997)
O Discurso de Estocolomo (1998)
Folhas Políticas (1976-1998) (1999)
A Caverna (2000)
A Maior Flor do Mundo (2001)
O Homem Duplicado (2002)
Ensaio sobre a Lucidez (2004)
Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido (2005)
As Intermitências da Morte (2005)
As Pequenas Memórias (2006)
A Viagem do Elefante (2008)
Caim (2009)
Recorre a Caim para demonstrar que: "A Bíblia é um manual de maus costumes", suas palavras em entrevista ao JL. Sublinha-se neste livro a crueldade que está sujacente na Bíblia, num tom pícaro e mordaz.

domingo, 25 de julho de 2010

Nachtmystium, Every Last Drop, Black Meddle, Part II

Noite quente de verão

Numa noite quente deste verão, e "sem mais nada para fazer", porque isto de se ser divorciado tem muito que se lhe diga. Lancei-me a caminho da baixa lisboeta, e quando dei por mim estava na Fnac do Chiado. Entrei, dirigindo-me para a secção de música. Vasculhei as estantes e nos escaparates da secção de música heavy/alternativa encontrei, inusitadamente alertado pela estranha capa, o album Addicts: Black Meddle Part II - a primeira parte havia sido: Assassins: Black Meddle Part I, com edição em 2008, dos Nachtmystium. Em suma a segunda parte da série Black Meddle, da banda norteamericana oriunda de Dekalb, estado do Illinois. Nachtmystium banda fundada em 2000 por Blake "Azentrius" Judd, de raiz black-metal (o black-metal é umas das muitas tribos que formam o heavy-metal actual)de lírica negra e carregada de "ódio".
Actualmente os Nachtmystium são mais uma banda de Experimental/Psychedelic Metal.
Comprei-o e ao chegar a casa pus-me a ouvi-lo.
Addicts:... com edição pela Candlelight, demonstra-nos uns tipos que fazem o que lhes dá na real gana, onde a sua música é uma amálgama de psicadelia e pós-rock, mas com abordagem industrial em temas como "No Funeral" e "Ruined Life Continuum". Mas, o black-metal não se perdeu e podemo-lo encontrar no tema "High On Hate", com blastbeats a dar com "pau" para toda a gente. O tema "Every Last Drop", de puro ambiente psicadélico hippie, com longos solos progressivos e até mesmo épicos.
É a facilidade com que esta banda passa de black-metal mais rápido para momentos de psicadelismo puro, numa espécie de black'n'roll, mas, sem nunca perderem a noção do ridículo - porque isto de se inovar, apenas pelo simples facto, poderá exumar rápidamente o sentido da estupidez; que alguém os alcunhou de "Black Floyd", com a maturidade musical que denotam.

Nachtmistium, No Funeral, Album: Addicts: Black Meddle, Part II