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Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

sábado, 13 de novembro de 2010

Anos perdidos (continuação)

De regresso à blogosfera, após uma ausência mais prolongada do que o que poderia prever à partida, e muito embora sentisse um desejo quase "sexual" de terminar a escrita em blog's, pelo menos com linhas de caracteres tão tétricos, mórbidos e lamentáveis caso a situação nacional, já não digo que melhorasse, mas que pelo menos não piorasse. Assim tristemente não aconteceu, e no que me sinto obrigado a escrever, com muita mágoa minha, diga-se, em papel branco tingido a delusão.
É idiota - no mau sentido da palavra - e ridículo que determinada intelligentsia portuguesa continue a acreditar que a salvação lusitana centra-se exclusivamente no aperto do cinto, quer por funcionários públicos, quer por trabalhadores do sector privado da economia, quando na realidade o que pode salvar o país da catástrofe chamada FMI, é tão pouco o deixarmos de ser o bom aluno na Europa. Temos sim, que ser um óptimo aluno para consumo interno, saneando as contas públicas, reduzindo o défice e a dívida externa, entre outras coisas necessárias e essenciais para o desenvolvimento sano do país, mas quando se fala na "escola europeia", aí é outra coisa. A Europa actualmente vive a situação mais vergonhosa desde a II Guerra Mundial, em que a Alemanha representa o papel perfeito do carrasco. A Sra. Merkel tem olhado para a "doença" europeia como se de um problema de paróquia se tratasse: deixou arrastar imensamente o problema grego até se tornar insuportável, tudo, veja-se, por causa de umas eleições regionais na Vestfália. Ora aí está, sigamos o exemplo de quem beneficiou com a II Grande Guerra e com esta Europa unida mas só para alguns, e estejamos sim, preocupados com as nossas lides internas, já que vendemos a preços de saldo há algum tempo a esta parte - à "Europa da Alemanha e da França" - as jóias da coroa: a agricultura, as pescas e o tecido empresarial; foda-se, pelo menos agora hajam egoístas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ANOS PERDIDOS

Acabou-se...
Se a governação nacional das contas públicas (autêntico desastre) e os investimentos privados na economia não passaram a barreira do medíocre; somando a tudo isto o desgoverno na atribuição e distribuição dos subsídios comunitários, que foram em muitos dos casos aplicados em investimentos pessoais fictícios, tais como, pseudo-vacarias, pseudo-pequenas empresas de diversa espécie e tipo, entre outros motivos: rede de auto-estradas incomensuráveis para um país que à escala mundial não passa de um pequeno "danoninho" - repare-se no exemplo norueguês das vias públicas -, as reformas pornográficas dos administradores públicos, a mentira desavergonhada da distribuição de lucros nas empresas privadas, o sofisma dos empresários nacionais quando afirmaram de que não era possível o aumento do salário mínimo nacional, etcetera. Só poderia gerar tal como na série cinematográfica "Alien" um monstro que nos consumirá de dentro para fora, numa espécie de santíssima trindade do mal estar económico-social: o défice orçamental, a dívida pública, a dívida externa, no que levou à falta de: seriedade - na altura de pagar os impostos -, lealdade - entre os portugueses afectando e de que maneira a coesão nacional -, gestos sororais - para com os mais necessitados -, e, como se não bastasse, órfãos de uma justiça capaz e à altura de um país que se diz e se quer europeu.
Só resta nas noites frias - que se aproximam - e sem ou com pouco dinheiro, a mão apontada à estante dos CD's e retirar de lá uma relíquia, pois que novas aquisições musicais serão difíceis, pelos menos nos próximos tempos.

PS: Continua...

domingo, 17 de outubro de 2010

Muitas têm sido as personalidades intervenientes nas diferentes "impressões digitais" da mão humana que têm colocado um ponto final da sua vida de forma trágica recorrendo ao suicídio, seja directamente através de, por exemplo, um tiro na boca, ou indirectamente pelo uso de substâncias estupefacientes, consumo excessivo de álcool ou múltiplos devaneios considerados pelos ordinários como extra-regras/normas previamente estabelecidas e dissociados de uma "saudável vivência".
Os exemplos são mais que muitos, e encontrámo-los na literatura, música, cinema, pintura, etcetera.
Importa questionar o porquê de acto tão irracional - assinar um fim antecipado à existência pessoal - , uma vez que bastará viver a vida aguardando que a natureza da mesma trate de o realizar.
A resposta à questão é tudo menos simples. Os motivos no universo suicida são subjectivos e alargados. Mas, há um em especial que se ilumina em muitos dos suicidas; logo à partida facilmente identifica-se como uma "lâmpada numa sala escura privada de luz natural", e que em muitas das vezes, se não é a responsável directa, é pelo menos o factor primordial para este acto, ou seja, o ser social sente-se desenquadrado com a ordem regente, afastado pelos demais, não se identificando com o seu tempo nem com os restantes "actores" do seu meio. Encontrando a fuga para esta situação por vezes num acto abrupto, ou num lento e doloroso caminho morrendo dia a dia, hora a hora, e mais cedo ou mais tarde culminando numa overdose ou cirrose hepática. "Ele" prefere morrer do que assistir à ignomínia que diáriamente lhe atravessa a retina e esmaga todos os seus ideais como um "elefante numa sala repleta de objectos em cristal".
Pergunto-me por vezes, se valerá a pena vivermos como autómatos, ou acabar de uma vez por todas com o sofrimento que os "outros" com as suas acções ou inacções nos provocam. A resposta uma vez mais é difícil, complexa e perigosa, cabendo a cada um encontrá-la. Seja qual for a sua natureza, pelo menos que o seja dentro dos limites da dignidade humana.
Como exemplo do conteúdo deste "post" recordo a "alma amargurada" (Layne Staley) dos Alice in Chains (banda norte-americana), deixando aqui uma "pequena" homenagem póstuma.

domingo, 10 de outubro de 2010

Muito breve ensaio sobre a infidelidade

Se há coisas na vida que nos magoam imenso, uma delas é claramente a infidelidade. E não falo apenas da infidelidade conjugal, mas de todo o tipo (profissional, política, etcetera). Mas se existe uma que nos magoa mais que todas, é evidentemente a infidelidade sofrida numa relação conjugal baseada à partida na confiança, lealdade, fidelidade e ajuda mútua - valores que hoje em dia cairam em desgraça - e foram lançados fora no saco do lixo da consciência, naquela pasta que já não abrimos há imenso tempo, e que de pó está a sua capa cheia.
Só que, como tudo na vida tem um reverso da medalha - a infidelidade não foge à regra - tendo variados reversos, entre eles: o fim de uma relação, mas, como ut homines sumus, há algo de belo na infidelidade, uma estética de belo do mal: a inconsciência - no caso de serem adultos -, bem aprazível, porque mais maduros. Quem "peca" em plena idade adulta, é muito mais do que inconsciente, um "dândi" e "adorável" indecente.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Náusea

Hoje é daqueles dias que por diversas razões o que mais me apetecia era estar longe, longe de tudo e todos. Por norma a solidão é o maior desespero dos homens, mas, há dias - poucos, mas há - em que é a nossa melhor companhia. O desejo de fugir, encontrar dentro de mim o meu oceano pacífico, e simplesmente ver a vida passar percorrendo as estradas (roads) do "eu".

domingo, 3 de outubro de 2010

Bendita sejas, cocaína, entre as drogas demais


A cocaína, benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzóico é um alcalóide usado como droga, derivada do arbusto Erythroxylum coca Lamarck, com efeitos anestésicos e cujo uso continuado, pode causar outros efeitos indejados como dependência, hipertensão arterial e distúrbios psiquiátricos.
Mas, ela não é o "ser hediondo" que muitos parecem querer classificar. Há, igualmente, como em tudo na vida, o reverso da medalha, e neste caso próprio, podemos ver a forma quase "mágica" como um dos grandes médicos e pensadores ocidentais (Sigmund Freud) a olhava.
Freud como um pesquisador da área médica, foi um dos primeiros utilizadores e proponentes da cocaína como um estimulante e analgésico. Famoso ficou o seu
artigo científico - e bem recebido pela crítica -, "On Coca", explicando as suas virtudes. Prescreveu-o, inclusive, ao seu amigo Ernst von Fleischl-Marxow para ajudá-lo a superar o vício da morfina que tinha adquirido ao tratar uma doença do sistema nervoso.
Por ventura, como em tudo na vida, as coisas são o que são, a mesma faca usada no talho para trinchar a carcaça do porco, servirá igualmente como uma arma branca num assassínio.
Nada é maligno ou perverso, o fim como as "coisas" são usadas é que definirá a natureza do epílogo de uma história.

sábado, 2 de outubro de 2010

Madame, eu sou libertino de profissão - Giacomo Casanova


Após as medidas de austeridade impostas pelo Governo fruto da situação vergonhosa das finanças públicas, lembrei-me em iniciar a minha salvação do IVA a 23% e de outras medidas draconianas, arranjando um segundo "emprego", que com um pouco de sorte será mais do que um lobby, a minha carreira de futuro, ou seja, como o próprio título deste post indica «libertino de profissão». Não tenho a presunção em me tornar num "Giacomo Casanova português", esse (Casanova) foi uma personagem universal impar e um homem quer se queira quer não grande entre os demais - extraordinário.
O que quer dizer afinal «libertino de profissão»? Em suma, Casanova fez e perdeu fortunas, fundou lotarias oficiais, escreveu quarenta e dois livros, deixou 3600 páginas de memórias, teve casos amorosos e encontros sexuais com inúmeras mulheres. "Senhor" de uma energia espantosa, combatia as enfermidades físicas e problemas sócio-económicos com a sua muito peculiar hilaridade, basta recordar-se aqui o que dizia do preservativo, a sua «profilaxia contra a melancolia». Assim sendo, "vestido de Casanova", aqui estou, entrincheirado na defesa.