Imagens

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Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A música...um meio, um fim


Ainda sou do tempo (apesar de relativamente jovem ainda) do "metal" - música, não a liga -, elaborado com cabeça, tronco e membros, em que os seus músicos, fãs e editores, olhavam para o género, e nomeadamente para a tribo black-metal, como um fim e um meio para atingir um objectivo. Esse mesmo objectivo, largo,imenso e diversificado, mas que na generalidade dos casos era o de propagar um ideal, um sentimento, uma relação com algo, a procura conjunta de um destino, um sentido de existir.
Hoje, manipulado pela indústria discográfica, o "metal" e todas as suas tribos, perderam o "norte". É mais um género musical igual a tantos outros, em que o objectivo primordial, é o de atingir o maior número de vendas de discos num menor espaço de tempo.
I am ashamed...








sábado, 28 de agosto de 2010

É fim de semana, até para os bloggers

E porque é fim de semana, até para os bloggers, entretenham-se a (re)descobrir este "corno da pátria" do black metal francês: Blut Aus Nord, e o seu album Memoria Vetusta II: Dialogue with the Stars. Enjoy!!!


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para o relax...Isis


Irónico, ter-me deslocado ao hospital e, em que antes e após o tratamento a que fui submetido ter fumado. Fumar, hábito meu e por mais irónico que possa parecer do meu médico também.
Não quero, não posso e não tenho o dever de defender o hábito tabágico, mas, moral da história: de forma consciente ou não, todos temos os nossos pecados capitais, porque somos humanos, demasiado humanos até.
E, sacudamos a humanidade dos espíritos velhos que não cumpriram os seus papéis de criarem espíritos verdadeiramente livres, e que o homem precisa descobrir-se como o seu próprio futuro, neste caso responsável pelo seu fumo e suas consequências futuras. Um pequeno passo para o super-homem, uma grande passo para a Humanidade, e de forma livre e consciente fumei, fumei...

P.S: Será que há quem fume por ali?! Eu não!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eutanásia...um meio, um fim


Porque o tema é extremamente melindroso, mas como ser curioso por natureza, não resisto a mais uma vez na minha vida, comentar o tema (Eutanásia).
Eutanásia (do grego ευθανασία - ευ "bom", θάνατος "morte"), é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. Isto obviamente no sentido lato da palavra, ou seja, para a maioria. Depois, há aqueles que a entendem como algo mais profundo. Somos poucos, é certo, mas somos - poucos quanto fortes!
Para mim, e para esses poucos, a eutanásia não se resume à "boa morte" num episódio médico, mas sim, sempre que o individuo o deseje, desde que atingida a maioridade e na plenitude das suas capacidades intelectuais. Não é um acto de cobardia, porque para nós o eutanasiado, tem todo o direito em colocar um ponto final no "romance" que foi a sua vida. Já que, se a morte é tão somente do morto, porque não ao direito de escolha sobre a hora e forma da mesma?! Não é um fugir aos problemas em vida, mas sim um passo subjectivo de tomada de consciência do direito à morte.
O eutanasiado - seja porque motivo for -, repito, não é um cobarde, principalmente se como eu de mentalidade evolucionista e positivista, porque não esperámos por uma vida além túmulo, logo é preciso muita coragem, a que eu chamo atingir o "Olimpo de uma decisão".
Sendo a Eutanásia no nosso rectângulo à beira-mar plantado acto ilegal, este é o meio para escrever o epílogo da minha vida (revólver buldog) por debaixo do travesseiro.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Addict...até a última gota


Viciados... são para a generalidade dos costumes os grandes culpados de tudo o que de mal vai. O "recto da sociedade" - para a ignomínia da maioria - que de mão estendida apelam-nos ao coração, mas sempre que um estende o braço julgámos: para uma moeda no estacionamento no parque, ou quiçá, para o próximo "xuto", o próximo desprendimento da alma cansada de viver no corpo ostracizado pelas instituições, causas e "lordes ingleses".
Todos conhecemos alguém (vizinho, familiar, amigo, ou amigo do amigo) que sofre em solidão, no abismo da lâmina ou da seringa. Todos desprezámos alguém (vizinho, familiar, amigo, ou amigo do amigo),empurrados na corrente do rio da indiferença. Deixemos a hipocrisia e lutemos contra este fenómeno.
Mais vos digo, conheci a pior das adições, que mata mais pessoas do que a toxicodependência: - a religião, é só estarmos atentos aos media.
Já Marx dizia: "a religião é o ópio do povo".
Antes um "xuto" "na veia até a última gota" do que na alma.

domingo, 22 de agosto de 2010

Apetece-me blasfemar fodendo


Num gesto de refeição nua, abro a porta da mente e num sabor a sal com pimenta imagino como seria foder duas mulheres ao mesmo.
As indecisões masculinas: qual delas primeiro? No rabo ou na cona? Bem, por ventura podemos começar por uma "espanholada". Se calhar um "69", com os três misturados nos lençóis molhados de prazer.
Apetece-me blasfemar. Este acto faz parte de mim. Será errado?. Não sei. Decidam vocês. Não podem ter outro que não eu.
Numa comoção abrupta, vem-me à mente as questões pertinentes sobre a Trindade:
Que posição escolheu Maria para gerar o Cristo?
Terá sido essa a posição preferida de José?
A não escolha da posição correcta tê-lo-á marcado irremediavelmente cedo demais para a cruz?
Terão os pais praticado sexo anal, antes do vaginal, e assim, gerado um homem/merda?
Escorrego e bato com a cabeça na esquina da mesa. Há que ter cuidado, a garrafa de whisky já vai a meio, e a chávena de peiote está no fim.

sábado, 21 de agosto de 2010

Suicide Note, Part II - Medo, desespero e confusão


Mais um dia quente, abrasador como o Inferno. Acordo e vejo-me a braços com uma cólica renal. Lanço-me na perseguição do meu "cocktail de drogas" (buscopam compositum, voltaren e transulina). Como estou de férias e por descuido esqueci-me deles em casa, só tinha um medíocre anti-inflamatório e uma banheira de água bem quente. Aliviou um pouco, mas não resolveu. Não queria mas teve que ser - Hospital. Lá o tratamento é o comum para este tipo de mialgias provocadas por uma "serra da estrela" que se formou no rim e que teimosamente ali permanece. Tratado regresso a casa ainda padecendo destas maleitas que me irão chatear nos próximos tempos. Ao chegar a casa, a minha mãe disse-me logo: - Estás melhor, graças a deus! A minha resposta peremptória: - Estou, mas graças à medicina.
Aí está, dois pensamentos opostos e que em nada se complementam. O primeiro, supersticioso, vivendo do medo, desespero e confusão. O meu, resplandecendo com o "canto de galo do positivismo".
Mais pela tarde, numa curta viagem até ao centro da aldeia, pude verificar a "prostituição" mais descarada e legalizada nos costumes sociais deste pequenino país (Igreja e Política), nas pessoas do Pároco e Presidente da Câmara, respectivamente. Estive a observá-los como eles riam e troçavam deste e daquele transeunte que pela hora de maior calor passavam, num jogo interesseiro - Não se esqueça da Igreja, Sr. Presidente, que na homília não me esquecerei de si.
De seguida os dois corvos já de garras afiadas levantaram voo sorumbático nas asas da mentira e da censura rumo ao horizonte laranja escurecido pelo fumo dos incêndios florestais, que por esta zona é normal em época de estio.
Ao chegar a casa, disseram-me: - Estiveste hoje no hospital e já andas por aí?! A fazer o quê?! Não páras!
Em resposta citei Honoré de Balzac: "O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo". E eu conhecendo a "massa" de que sou feito só morrerei uma única vez: "six feet under".

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dia mundial da fotografia








Porque ontem foi o Dia Mundial da Fotografia, deixo, algumas "fotos" da sessão fotográfica realizada por Andy Craddock, numa Igreja do Século XIII.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A fine way to died


Há várias formas de se morrer. Uma delas, e a que eu mais aprecio: perpetrada por Sharon Stone no filme Basic Instinct.

O que quero para hoje?


O que quero para hoje?
Amizade com grupos de "delinquentes", filósofos de almas selvagens, obcecados por sexo e literatura. Em suma, pessoas desejosas por salvarem-se.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Hoje e, como há algum tempo a esta parte cheira a esgoto em Portugal, entenda-se por esgoto a apatia cultural e social em que vivemos. Falamos, falamos, mas nada mais fazemos para alterar o nosso rumo. Continuamos ainda há espera do regresso de D.Sebastião em uma manhã de nevoeiro. É só ver as noticias nos media, imprensa...

sábado, 14 de agosto de 2010

Amor versus Solidão


Søren Aabye Kierkegaard nasceu em Copenhaga, em 5 de Maio de 1813, onde viria a falecer, a 11 de Novembro de 1855, filósofo dinamarquês do século XIX, mais conhecido por ser o "pai do existencialismo".
Søren, foi a ponte entre a filosofia hegeliana e aquilo que se tornaria no existencialismo (corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano).
Tendo escrito a maioria das suas obras sob vários pseudóminos e, em que muitas das vezes esses pseudo-autores comentavam os trabalhos de pseudo-autores anteriores, torna as suas obras de difícil interpretação.
Mas não são as suas teorias existencialistas e, muito menos a relação de angústia e sofrimento que ele manteve com o cristianismo - herança de um pai extremamente religioso que cultivava de maneira exacerbada os rígidos princípios do protestantismo dinamarquês (religião do Estado), que mais me apaixona. Mas sim, a percepção do filósofo de que não poderia dar à sua noiva (Regine Olsen) todo o amor de que ela necessitava. Viveu sob esta angústia até romper o noivado.
Kierkegaard deixa-nos esta máxima - a teoria é minha , logo perfeitamente revogável -, sobre as mulheres de que: nós homens, somos na maior parte das vezes incapazes de servirmos este ser (mulher) tão repleto de excelsidade. E a assumpção desta ideia faz de nós "homens mais completos", porque reconhecemos o nosso maior defeito, competindo a cada um corrigir o seu caminho ou, elaborar uma antítese à tese camuflada neste episódio da vida do filósofo.
Como não poderia deixar de ser recomendo para aqueles que por uma razão me lêem, a primeira parte (Diário de um Sedutor) do livro: Ou isso, ou aquilo: um fragmento de vida, escrito em 1843, do escritor dinamarquês.
Numa breve sinopse da obra: Corresponde ao estádio estético da existência que o próprio Kierkegaard viveu, enquanto se entregava a uma vida boémia pelos salões e teatros de Copenhaga. O sedutor kierkegaardiano desempenha o seu papel na época da juventude, pautada pelos padrões da vivência estética, em que a ópera se revela mais real do que as próprias contingências do quotidiano com as suas responsabilidades e deveres.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Allen Ginsberg - Howl



O poema pornográfico Howl (Uivo) de uns dos maiores ícones da Geração Beat (Allen Ginsberg), não vos trará mais esperança de vida, muito menos o "EuroMilhões", mas levar-vos-á pelos caminhos obscenos da alma, onde o poeta num tom confessional expõe o sofrimento de uma geração sobre a obtuosidade mental dos EUA - à época-, e a consequente exclusão e marginalização de muitos artistas ou pessoas comuns que não puderam desenvolver todas as suas potencialidades como seres humanos e acabaram arrastados à loucura.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Suicide note - part I


Este post é o inicio de vários outros posts que só deveriam ser publicados depois de o Blogger se ter tornado invisível aos olhos das demais pessoas. Ou, dito por palavras mais prosaicas, depois do Blogger ter morrido. Numa espécie de grito cobarde e póstumo.
Mas como a cobardia não faz parte do meu dicionário, e postumamente também já não me interessa, porque inútil, e todo o bom pai gosta de ver o seu filho nascer, aqui vai este primeiro tiro certeiro da minha carta suicida.
Ao postá-lo, sou desde já, alvo do lápis azul da censura que mesmo após o 25 de Abril de 1974 ainda se faz sentir - escamoteado aqui e ali pelos “lordes ingleses”, que a maioria de vós idolatra nos programas de TV e da Rádio, ditos informativos, mas que não são mais do que a face visível do lápis cor do céu em época de estio -, e em especial dos sentimentos de ódio que proliferarão sobre o cidadão que represento em 1,80 cm de altura. O ódio será ideológico, aquele que mais mata.
Enquanto o calor do deus sol - talvez o único verdadeiro deus idolatrado pelos Homens -, aconchega os dias de verão neste cantinho da Europa e, demasiadamente irritado por aquilo que tenho lido nos blogs e feeds de notícias do facebook - porque quanto a mim, são meios tecnológicos desaproveitados, e é só ver que quase ninguém fala daquilo que é realmente importante (incêndios, óbitos causados pelos mesmos, acidentes nas estradas, 2000.000 de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, etc, etc, etc.) -, chego à conclusão que me parece que tudo o que de realmente negativo nos/vos tem acontecido, é muito mais do que providencial, ou de uma espécie de karma português sebastianista, mas acima de tudo, é a consequência da vossa inoperância, da vossa - desculpem-me a expressão que chocará - estupidez de pessoa caturra e retrógrada.
As cúpulas do Poder Político e do Poder económico-financeiro, a mais perversa de todas as Trindades, exigindo dos seres humanos e dos Povos incondicional adoração e submissão.
Quem lhes resistir, desmascarar e apontar os seus erros - como eu -, terá como prémio a erradicação da memória das gerações contemporâneas e gozará do desconhecimento total das gerações futuras. O meu registo de nascimento será cancelado. Os meus apelidos serão proibidos da onomástica nacional. O meu nome próprio só será aceite pela sua etimologia religiosa (José - deus acrescenta; Manuel - deus está connosco). Serei mais uma vítima humana, hoje, como milhares de milhões, do dinheiro acumulado e concentrado.
Este é o meu "grito do ipiranga", o canto de galo do positivismo que tarda em fazer-se ouvir no nosso pseudo-país. Pseudo (?), porque um país faz-se de pessoas/cidadãos, não de macacos amestrados pelo tratador no jardim zoológico.
Casmurros, rezingões, como o papagaio que fala, fala, fala, mas não diz nada de jeito. Quando temos a arma (voto secreto e universal) nas mãos, preferimo-nos deslocar para a praia dizendo “Ah, ganhe, quem ganhar, fazem todos a mesma coisa”. Há-de vir o dia em que 10% dos votos elegerão um ditador, e nesse dia vou-me rir, melhor dizendo, sem "mea culpa", chorar lágrimas de sangue.
Faço ao "Grande Irmão" um favor: Voltado para o espelho do quarto, o cano do velho buldog (revólver) direccionado ao esfenóide, dedo no gatilho, cão da arma atrás, comutador de tiro em “fogo” e…primeiro disparo acerta no alvo, mesmo em cheio, um esguicho de sangue salpica as paredes claras e mancha a alcatifa. Amanhã tenho que trazer uma tigela preta, ainda dará para aproveitar para a confecção de um belo arroz de cabidela, assim não terá sido em vão.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Linhas certas para uma tarde de verão


Primeiro livro da autoria de Jaime Soares "Mosath", intensa em sentimentos e introspecção, onde com o escritor podemos guiar-nos na nossa própria existência.
Uma mente jovem e irreverente que neste livro não nos apresenta conselhos, mas acima de tudo, factos da sua vivência pessoal iguais, quiçá, a tantos outros da nossa própria vida.
Numa viagem interior à "alma", tentado perceber as grandes dicotomias da existência humana: alegrias e desilusões, amores e desgostos.
Uma obra de 106 páginas de leitura pertinente e irresistível e porque apaixonante, agradável companhia para uma tarde paralisada de calor.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A cruz


A cruz, símbolo religioso na tradição cristã. Instrumento da morte de Jesus, mencionado em textos bíblicos como Mateus 27:32 e 40. Ali, a palavra grega stau·rós é traduzida por “cruz” em várias Bíblias em português, e o costume dos Romanos era a crucificação.
Deixa-nos lugar a pelos menos duas perguntas que requerem resposta:
Qual o futuro de uma religião que tem num acto de barbárie humana o seu principal símbolo?
Se matássemos o Ungido dos Cristãos na cadeira eléctrica ou injecção letal, seriam estes os símbolos religiosos depositados nas mesinhas de cabeceira das beatas velhas aquando da reza do padre nosso?

domingo, 8 de agosto de 2010

"On the road" in Portugal


Finalmente de férias. E porque o dinheiro não era muito para gastar, resolvi fazer uma viagem até ao meu ponto de hospedagem (casa de meus pais) de transportes públicos. Escolhi o comboio, é rápido, seguro e ainda barato. A preparação para a mesma não me trouxe entusiasmo rigorosamente nenhum. Era apenas mais uma chata viagem. Casa, transporte, casa, e vice-versa. Mas, as coisas iriam mudar. Havia qualquer coisa nesta viagem de algo inusitadamente diferente - estranho. Deparei-me com este facto logo à chegada à estação ferroviária. O burburinho das bocas abafadas por umas fatias de pizza, a pressa dos transeuntes denunciada pelo ronronar das rodas das malas no pavimento da estação. Suado, e que suado eu estava. Fazia um calor no mínimo brutal nesta tarde de verão. Todos cheirávamos mal. E eu gostei. O suor lançava-se sobre o café - transformando-o de curto em longo -, os pêlos do peito ensopados faziam-me lembrar as algas marinhas no oceano azul. As crianças apressavam-se a devorar o gelado antes que o calor o fizesse por elas.
Entro na carruagem, e deparo-me com duas jovens inglesas com quem meti conversa. O meu inglês não era grande coisa, mas dava para safar. Fomo-nos conhecendo os três naquelas 3 horas. Eram jovens britânicas inteligentes e pareciam-me boas confidentes na luxúria. No final, cada um foi para o seu lado.
Aprendi a gostar da sujidade, meter conversa com estranhos, viajar em transportes públicos, em suma, nunca me tinha sentido tão "Kerouac".
Outras coisas se passaram, mas talvez nunca as chegue a contar, ou quem sabe mais além.
Chegado à minha santa terrinha, a serra continuava imóvel e paralisada pelo calor que teimosamente continuava a fazer-se sentir.

sábado, 7 de agosto de 2010

Aos vencidos...

Após a vitória do meu clube e na muita companhia de Baco, aqui fica para os vencidos uma bela cover da Marcha Fúnebre de Wagner:



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quase...nítido, mas todo nulo


Já lá vai algum tempo que por mero acaso, quase pus fim à própria alma. Vivia tempos conturbados. Tingida de um negro longe do seu crepúsculo, como se de um actor de teatro do absurdo me tratasse. A esperança estava a milhas da costa, o corpo ia-se ressentindo aos poucos do stress vivido na consciência. Era um corpo de Dezembro, frio, erecto, como um pau de madeira coberto de neve há já alguns dias. O universo em que existia era um oceano surrealista. Não me faltavam pessoas que me quisessem acompanhar/ajudar, e lembrar-me de que existe vida para além da minha. E ver a vida passar fazia-me tédio e tristeza. Tédio por vê-los - aos outros viverem-na. Tristeza, porque é mais duro sermos infelizes assistindo à felicidade alheia.
Vai daí, lembrei-me do condenado na história ficcional - Nítido Nulo, de Vergílio Ferreira. Romance escrito em 1969, ano da morte do Chefe do regime fascista e tempos revolucionários. Aqui o escritor põe em causa Deus e o pecado original. Salazar e o regime. A revolução e a acção revolucionária. A liberdade e a prisão. Em que se desemboca no eterno "´nítido nulo" do horizonte.
Para além de todas as interpretações denunciadas por certas sumidades na matéria (universo vergiliano), tenho a minha em que penso: que nos defrontamos com a ideia de que a maior dor que se pode proporcionar é mostrar o maior bem e prazer, ou pelo menos não permitir que nos esqueçamos, mas que devido à sua condição temporal de condenado, não lhe é permitido o usufruto dos mesmos:
...«a sala é larga e limpa. As próprias grades são pintadas de branco para deixarem passar a alegria que puderem. Decerto entendeu-se que sofria mais assim».

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gilberto de Lascariz



Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de Lisboa, ao mesmo tempo que seguia Língua e Cultura Sânscrita na Universidade Nova de Lisboa.
Rapidamente se envolveu em várias sociedades esotéricas de carácter rosacruciano e maçónico, tendo tomado votos na Tradição Nyngma-Pa do Budismo Tibetano.
Em 1989 criou em Portugal o Conventículo TerraSerpente de Wicca Alexandriano e lançou a Confraria Sol-Negro, uma organização artística dedicada à renovação estética das artes sob o ponto de vista do esoterismo neo-pagão, na sua acepção evoliana.
Considerado em 2006 pela revista portuguesa de cultura gótica Elegy Ibérica a figura mais importante do pensamento esotérico neo-pagão em Portugal.
Em 1999 criou o Projecto Karnayna, uma organização que visava então fornecer instrução esotérica na perspectiva do Neo-Paganismo.
Publicou vários livros, sendo que, o que mais apreciei foi: Ritos e Mistérios Secretos do Wicca (Edições Zéfiro).

terça-feira, 3 de agosto de 2010



Após ter sido colocado no meu mural do facebook, um acesso a um vídeo gótico do youtube, fiquei com a certeza de que esta cultura (gótica) sempre me interessou outrora o suficiente - sentimentos passados houve que foram exumados - para um destes dias - acompanhado por um "guia", porque sou um "virgem" nestas andanças, fazer uma incursão e deixar-me inundar pelo seu estilo de vida e beber um pouco da sua sabedoria que abarca já algumas décadas.
Espero que a expressão "estilo de vida" não ofenda "os seguidores" - perdoem a minha indesculpável ignorância - sobre esta cultura tão respeitável como outra qualquer. São mais um gesto da mão humana, na busca incessante do que é o Homem, para que é o Homem e qual o seu futuro e papel no Cosmos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Volta de 360º


É assim. A história repete-se e não damos por isso. E esse é o grande erro do Homem (esquecemos facilmente de que o que aconteceu "ontem" voltará a realizar-se).
Agora que Portugal é um país amordaçado pelas políticas da União Europeia (uma União que funciona apenas para alguns, não para os pobres sulistas, denominados por outros energúmenos do norte europeu como os PIGS - Portugal, Italy, Greece and Spain - uma bela ironia ou um simples trocadilho linguístico)? Fica para subentender o verdadeiro significado da expressão; relembro o que nos finais do Século XIX se passou:

O Ultimato britânico de 1890
Foi um ultimato do governo britânico - chefiado pelo primeiro ministro Lord Salisbury - entregue a 11 de Janeiro de 1890 na forma de um "Memorando" que exigia a Portugal a retirada das forças militares chefiadas pelo major Serpa Pinto do território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola (nos actuais Zimbabwe e Zambia), a pretexto de um incidente entre portugueses e Macololos. A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de-rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja, a Moçambique. A concessão de Portugal às exigências britânicas foi vista como uma humilhação nacional pelos republicanos portugueses, que acusaram o governo e o rei D.Carlos I de serem os seus responsáveis. O governo caiu, e António de Serpa Pimentel foi nomeado primeiro-ministro. O Ultimato britânico inspirou a letra do hino nacional português, "A Portuguesa". Foi considerado pelos historiadores Portugueses e políticos da época a acção mais escandalosa e infame da Grã-Bretanha contra o seu antigo aliado. E esta ideia podemo-la recordar na obra do maior romancista portugês do século em questão - Eça de Queiroz - As Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres.
Eça não acreditava que o destino da sua pátria dependesse das possessões ultramarinas e, muito menos, da posse dos territórios acima mencionados. Podemos vê-lo no artigo que, disfarçado de João Gomes, publicou sobre o Ultimato, semanas após a crise. Não se conformava com o vexame sofrido pelo país e muito menos com a atitude apática dos líderes portugueses de então.
O objecto de "estudo" agora é diferente, mas depois de ter sido um "bom aluno" (recorde-se que dizimámos a nossa agricultura e pescas a troco de uns milhões), é Portugal tratado como se de um marginal fosse! O défice português, as contas públicas, também portuguesas, o PIB nacional, as agências de rating, sei lá que mais.
Deixo esta questão perigosa embora pertinente:
Precisa Portugal "desta Europa"?
Deixo "Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres" como uma sugestão de leitura num primeiro sufoco, mas acima de tudo como uma essencial reflexão.

domingo, 1 de agosto de 2010

A luta continua


Sei que a génese deste blog é a cultura em geral, sendo particularizadas a literatura e a música. Mas como o cabeçalho igualmente afirma - Dedicado à mão humana..., o que o torna absolutamente generalista, logo, os problemas sociais fazem parte do seu genoma.
Quando na madrugada de Domingo decidi finalmente desligar a TV, mas antes resolvi fazer um "zapping", parei na Sic Notícias que desenrolava àquela hora o programa apresentado por Mário Crespo - Plano Inclinado.
Os agentes da acção eram os habituais (Dr. Medina Carreira e o Dr. João Duque), o convidado (Dr. Carvalho da Silva).
Aqui, como há muitos anos para cá, dois pólos que se afastam, o que é natural, mas não se complementam, o que é prejudicial para este cantinho em forma de rectângulo à beira mar plantado.
De um lado, os "lordes ingleses" sempre no apoio dissimulado ao patronato, defendiam que em Portugal os trabalhadores auferem acima da sua capacidade técnico-profissional, e que esta era uma das causas do desinvestimento estrangeiro - IMAGINE-SE!!!
Do outro, o homem doutorado academicamente, mas de origens simples do Norte do país, defendia que existe cura para o mesmo e que a tarefa deverá ser repartida por todos sem excepção.
Carvalho da Silva, apareceu-me como um homem positivo, com fé em Portugal e nos portugueses. Os outros dois pensadores da "bolsa", são como a geografia magrebina - só deserto, apenas um objecto se vislumbra no seu horizonte- a conta bancária pessoal como o Oásis a descobrir.