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Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

sábado, 21 de agosto de 2010

Suicide Note, Part II - Medo, desespero e confusão


Mais um dia quente, abrasador como o Inferno. Acordo e vejo-me a braços com uma cólica renal. Lanço-me na perseguição do meu "cocktail de drogas" (buscopam compositum, voltaren e transulina). Como estou de férias e por descuido esqueci-me deles em casa, só tinha um medíocre anti-inflamatório e uma banheira de água bem quente. Aliviou um pouco, mas não resolveu. Não queria mas teve que ser - Hospital. Lá o tratamento é o comum para este tipo de mialgias provocadas por uma "serra da estrela" que se formou no rim e que teimosamente ali permanece. Tratado regresso a casa ainda padecendo destas maleitas que me irão chatear nos próximos tempos. Ao chegar a casa, a minha mãe disse-me logo: - Estás melhor, graças a deus! A minha resposta peremptória: - Estou, mas graças à medicina.
Aí está, dois pensamentos opostos e que em nada se complementam. O primeiro, supersticioso, vivendo do medo, desespero e confusão. O meu, resplandecendo com o "canto de galo do positivismo".
Mais pela tarde, numa curta viagem até ao centro da aldeia, pude verificar a "prostituição" mais descarada e legalizada nos costumes sociais deste pequenino país (Igreja e Política), nas pessoas do Pároco e Presidente da Câmara, respectivamente. Estive a observá-los como eles riam e troçavam deste e daquele transeunte que pela hora de maior calor passavam, num jogo interesseiro - Não se esqueça da Igreja, Sr. Presidente, que na homília não me esquecerei de si.
De seguida os dois corvos já de garras afiadas levantaram voo sorumbático nas asas da mentira e da censura rumo ao horizonte laranja escurecido pelo fumo dos incêndios florestais, que por esta zona é normal em época de estio.
Ao chegar a casa, disseram-me: - Estiveste hoje no hospital e já andas por aí?! A fazer o quê?! Não páras!
Em resposta citei Honoré de Balzac: "O homem morre a primeira vez quando perde o entusiasmo". E eu conhecendo a "massa" de que sou feito só morrerei uma única vez: "six feet under".

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