Imagens

Imagens
Jack Kerouac - poeta e escritor da geração beat ("Musa" inspiradora deste blog)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Suicide note - part I


Este post é o inicio de vários outros posts que só deveriam ser publicados depois de o Blogger se ter tornado invisível aos olhos das demais pessoas. Ou, dito por palavras mais prosaicas, depois do Blogger ter morrido. Numa espécie de grito cobarde e póstumo.
Mas como a cobardia não faz parte do meu dicionário, e postumamente também já não me interessa, porque inútil, e todo o bom pai gosta de ver o seu filho nascer, aqui vai este primeiro tiro certeiro da minha carta suicida.
Ao postá-lo, sou desde já, alvo do lápis azul da censura que mesmo após o 25 de Abril de 1974 ainda se faz sentir - escamoteado aqui e ali pelos “lordes ingleses”, que a maioria de vós idolatra nos programas de TV e da Rádio, ditos informativos, mas que não são mais do que a face visível do lápis cor do céu em época de estio -, e em especial dos sentimentos de ódio que proliferarão sobre o cidadão que represento em 1,80 cm de altura. O ódio será ideológico, aquele que mais mata.
Enquanto o calor do deus sol - talvez o único verdadeiro deus idolatrado pelos Homens -, aconchega os dias de verão neste cantinho da Europa e, demasiadamente irritado por aquilo que tenho lido nos blogs e feeds de notícias do facebook - porque quanto a mim, são meios tecnológicos desaproveitados, e é só ver que quase ninguém fala daquilo que é realmente importante (incêndios, óbitos causados pelos mesmos, acidentes nas estradas, 2000.000 de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, etc, etc, etc.) -, chego à conclusão que me parece que tudo o que de realmente negativo nos/vos tem acontecido, é muito mais do que providencial, ou de uma espécie de karma português sebastianista, mas acima de tudo, é a consequência da vossa inoperância, da vossa - desculpem-me a expressão que chocará - estupidez de pessoa caturra e retrógrada.
As cúpulas do Poder Político e do Poder económico-financeiro, a mais perversa de todas as Trindades, exigindo dos seres humanos e dos Povos incondicional adoração e submissão.
Quem lhes resistir, desmascarar e apontar os seus erros - como eu -, terá como prémio a erradicação da memória das gerações contemporâneas e gozará do desconhecimento total das gerações futuras. O meu registo de nascimento será cancelado. Os meus apelidos serão proibidos da onomástica nacional. O meu nome próprio só será aceite pela sua etimologia religiosa (José - deus acrescenta; Manuel - deus está connosco). Serei mais uma vítima humana, hoje, como milhares de milhões, do dinheiro acumulado e concentrado.
Este é o meu "grito do ipiranga", o canto de galo do positivismo que tarda em fazer-se ouvir no nosso pseudo-país. Pseudo (?), porque um país faz-se de pessoas/cidadãos, não de macacos amestrados pelo tratador no jardim zoológico.
Casmurros, rezingões, como o papagaio que fala, fala, fala, mas não diz nada de jeito. Quando temos a arma (voto secreto e universal) nas mãos, preferimo-nos deslocar para a praia dizendo “Ah, ganhe, quem ganhar, fazem todos a mesma coisa”. Há-de vir o dia em que 10% dos votos elegerão um ditador, e nesse dia vou-me rir, melhor dizendo, sem "mea culpa", chorar lágrimas de sangue.
Faço ao "Grande Irmão" um favor: Voltado para o espelho do quarto, o cano do velho buldog (revólver) direccionado ao esfenóide, dedo no gatilho, cão da arma atrás, comutador de tiro em “fogo” e…primeiro disparo acerta no alvo, mesmo em cheio, um esguicho de sangue salpica as paredes claras e mancha a alcatifa. Amanhã tenho que trazer uma tigela preta, ainda dará para aproveitar para a confecção de um belo arroz de cabidela, assim não terá sido em vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário