Imagens
domingo, 8 de agosto de 2010
"On the road" in Portugal
Finalmente de férias. E porque o dinheiro não era muito para gastar, resolvi fazer uma viagem até ao meu ponto de hospedagem (casa de meus pais) de transportes públicos. Escolhi o comboio, é rápido, seguro e ainda barato. A preparação para a mesma não me trouxe entusiasmo rigorosamente nenhum. Era apenas mais uma chata viagem. Casa, transporte, casa, e vice-versa. Mas, as coisas iriam mudar. Havia qualquer coisa nesta viagem de algo inusitadamente diferente - estranho. Deparei-me com este facto logo à chegada à estação ferroviária. O burburinho das bocas abafadas por umas fatias de pizza, a pressa dos transeuntes denunciada pelo ronronar das rodas das malas no pavimento da estação. Suado, e que suado eu estava. Fazia um calor no mínimo brutal nesta tarde de verão. Todos cheirávamos mal. E eu gostei. O suor lançava-se sobre o café - transformando-o de curto em longo -, os pêlos do peito ensopados faziam-me lembrar as algas marinhas no oceano azul. As crianças apressavam-se a devorar o gelado antes que o calor o fizesse por elas.
Entro na carruagem, e deparo-me com duas jovens inglesas com quem meti conversa. O meu inglês não era grande coisa, mas dava para safar. Fomo-nos conhecendo os três naquelas 3 horas. Eram jovens britânicas inteligentes e pareciam-me boas confidentes na luxúria. No final, cada um foi para o seu lado.
Aprendi a gostar da sujidade, meter conversa com estranhos, viajar em transportes públicos, em suma, nunca me tinha sentido tão "Kerouac".
Outras coisas se passaram, mas talvez nunca as chegue a contar, ou quem sabe mais além.
Chegado à minha santa terrinha, a serra continuava imóvel e paralisada pelo calor que teimosamente continuava a fazer-se sentir.
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